segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A Soberania de Deus-INTRODUÇÃO






Cap 1 - Estudo
A Soberania de Deus
João 19.28-37
INTRODUÇÃO

Cada evangelho enfatiza uma qualidade de Cristo. Mateus demonstra Jesus Cristo como Rei. Marcos descreve Jesus Cristo como Servo. Lucas denota Jesus Cristo como Homem e João mostra Jesus Cristo como Deus.

Sendo que o Evangelho de João destaca a divindade de Cristo, segue que a morte de Cristo é narrada com ênfase na natureza divina de Cristo.

Temos então nesta passagem:

João 19.28-30 – A Soberania de Cristo na Morte

João 19.34 – A Redenção de Cristo na Morte

João 19.35-37 – As Testemunhas de Cristo na Morte

1. A SOBERANIA DE CRISTO NA MORTE

A. O ENTENDIMENTO SOBERANO DE CRISTO

“Sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas” – João 19.28

Cristo foi um homem de conhecimento. Na sua nascença o Seu nome foi Conselheiro. Um conselheiro deve saber muitas coisas pois um conselheiro deve dar bons conselhos – conselhos que são provados.

Cristo foi um homem de maior conhecimento que Salomão. Contemplando as ações dos homens, Salomão entendeu muitas verdades (Eclesiastes 2.3) mas Cristo contemplou o coração do homem e poderia perceber os motivos independentemente das suas ações (Lucas 5.22).

Cristo tinha um conhecimento exaustivo das Escrituras. Jesus Cristo é as Escrituras (João 1.1) e as Escrituras testificam dEle (João 5.39). Cristo sabia o rumo que a Sua vida levará desde o começo. Ele sabia todas as passagens obscuras da Palavra de Deus e Ele entendeu-as. Ele sabia todos os mandamentos que precisava cumprir, e cumpriu-as.

Cristo tinha um conhecimento infalível do tempo de Deus. Eclesiastes 8.5 diz: O coração do sábio discernirá o tempo e o juízo. Mesmo que um homem sábio conhece o tempo de Deus, nem sempre pode cumprir o tempo, e portanto vive em tristeza constante.

Cristo discerniu o tempo de Deus. Cristo não discerniu o tempo de Deus independentemente de Deus. O Espírito Santo de Deus comungava com Cristo da mesma forma que o Espírito Santo tem revelado algumas coisas aos homens (Simeão, o Sacerdote – Lucas 2.26).

Cristo estava contente com o tempo de Deus. Porque Cristo viveu inteiramente para a gloria de Deus, Ele estava contente com o tempo de Deus, porque Ele sabia que o tempo de Deus glorifica a Deus (João 17.1).

O entendimento soberano de Cristo na morte aponta para um Salvador obediente. Cristo fielmente pregou a Palavra de Deus mesmo sabendo que levaria a Sua morte. Ele pregou nas Sinagogas e no Templo sabendo que os Judeus iriam crucificar Ele por isso um dia.

O entendimento soberano de Cristo na morte permitiu obediência completa. Ele cumpriu a Palavra de Deus no tempo de Deus. Nós falhamos nesse ponto frequentemente, obedecemos mas não quando devemos. Continuamos quando deveríamos parar. Paulo lamenta: Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. (Romanos 7.19). Mas Cristo tinha obediência completa.

B. A SOBERANIA DE CRISTO SOBRE A SUA HUMANIDADE

“... Para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.” – João 19.28

A soberania de Cristo sobre a Sua humanidade. Cristo tomou a forma de servo, e fez-Se semelhante aos homens (Filipenses 2.7). Ele não foi forçado por qualquer pessoa nem por qualquer dos Seus atributos, mas fez de boa vontade (Filipenses 2.8).

A soberania sobre a Sua humanidade permitiu que Ele servisse a Deus na Tentação. Ele estava de jejum por 40 dias e 40 noites e depois Satanás em pessoa vem tentar Ele. Quando nós somos tão facilmente derrotados pela tentação, maravilhamos da vitória de Cristo sobre a tentação. Cristo venceu a tentação e o Diabo (Mateus 4.10).

A soberania sobre a Sua humanidade permitiu que Ele servisse a Deus sobre a cruz. Na cruz foi mais importante cumprir as Escrituras do que procurar uma saída do desconforto físico. Enquanto estava na cruz, estava vendo os mandamentos que precisava cumprir. É obvio que Cristo verdadeiramente considerou fazer a vontade de Deus a Sua “comida” (João 4.34).

C. A SOBERANIA DE CRISTO SOBRE A MORTE

“E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.” – João 19.30

A soberania de Cristo no entregar do espírito. A palavra grega traduzida “entregou” é “paradidomi” e significa “entregar nas mãos de um para usar ou guardar.”

Pergunta: Para quem Cristo entregou o Espírito?

Resposta: Cristo entregou o Seu espírito a Deus. Cristo pagou o preço do pecado pois a morte é o salário do pecado. Ele não precisava sofrer a punição do pecado. Todos pagam o preço do pecado no sentido que todos morrem. Mas somente aqueles fora de Cristo sofrem a punição do pecado, ou a condenação do pecado.

Cristo estava completamente ciente de entregar o espírito. O versículo diz que Ele “inclinou a cabeça” ou seja, por seis horas ele mantive a sua cabeça erguida. E a Sua cabeça ainda estaria erguida hoje, se Ele não tivesse inclinado-a e entregado o espírito.

2. A REDENÇÃO DE CRISTO NA MORTE

“Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” – João 19.34

O sangue de Cristo saiu, primeiro. Nas Escrituras, o sangue de Cristo representa a redenção (Efésios 2.13).

Pergunta: O que é a doutrina da redenção?

Resposta: A doutrina da redenção é a maneira que Cristo pagou nossos pecados. Ele cancelou a divida? Não, senão a justiça de Deus seria insatisfeita. Cristo pagou a nossa divida em cheio.

A água de Cristo saiu, segundo. Nas Escrituras, a água representa a santificação de Cristo através do Espírito Santo.

Redenção sempre precede santificação, logicamente. Cristo precisa pagar pelo os nossos pecados e plantar em nós um coração novo. Santificação é o entregar da nossa carne para seguir a nova natureza dentro do nosso coração.

A redenção de Cristo nos liberta da condenação dos nossos pecados passados. Com Paulo dizemos: Agora nenhuma condenação há (Romanos 8.1). A redenção de Cristo não é fraco para que necessitamos de boas obras para cuidar dos pecados passados. A Sua redenção pelos nossos pecados passados é suficiente, completo, e final.

A redenção de Cristo nos liberta do poder dos pecados presentes. Este é a redenção progressiva. A redenção de Cristo estenda sobre todo pecado que cometemos – tanto os pecados conscientes como os pecados não conscientes. É a redenção que nos dá a vitória sobre pecado e o Diabo.

A redenção de Cristo nos libertará da presença dos nossos pecados. Um dia, no céu, estaremos livres da presença do pecado. Mas até aquele dia, o sangue e água de Cristo, a Sua redenção e santificação, estão correndo do Seu lado.

3. AS TESTEMUNHAS DE CRISTO NA MORTE

“E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz, para que também vós o creiais.” – João 19.35

As obras de Deus estão sempre tão evidentes que deixam um registro testemunhado. Até os céus testemunham da gloria de Deus (Salmos 19.1). Sempre terá uma testemunha das grandiosas obras de Deus. A morte de Cristo foi testemunhada por duas pessoas:

A. POR JOÃO

O testemunho de João foi de vista. Ele viu Cristo morrer, e pedi que todo crente confie nas suas palavras. Oh se tivemos a honestidade dentro de nós que, quando nós falássemos, outros poderiam receber as nossas palavras como verdadeiros!

B. POR DEUS

O testemunho de Deus foi de cuidado. Deus cuidou do Seu Filho na Cruz. Deus cuida dos Seus filhos mesmo quando esses se acham pagando o preço do pecado.

A profecia é evidencia que Deus testemunhou a morte de Cristo (João 19.36). Recebendo mandamento de Pilato, os Romanos saíram para quebrar as pernas dos homens na cruz. Mas Deus tinha profetizado que nenhum osso seria quebrado. Normalmente demora três dias para um homem morrer na cruz, e o costume de quebrar as pernas foi para acelerar a morte. Mas Cristo tinha entregado o espírito depois de seis horas. Somente assim os Romanos poderiam desobedecer às ordens sem pagar com as próprias vidas. Deus mantém a Sua Palavra infalível.

Cap 2 - Gnosticismo
Termos Fundamentais no Gnosticismo

Para ser um verdadeiro seguidor da religião Gnóstica, cada um deve começar e terminar com Gnose. Gnose deriva-se do Grego “conhecer” e é definido como o desejo de buscar conhecimento espiritual. Esse desejo é implantado misteriosamente e intuitivamente no coração, e leva a pessoa na direção de conhecimento espiritual ao mesmo tempo distanciando-se do conhecimento intelectual. Gnosticismo, como religião, é aquele sistema de doutrinas que enfatiza a essencialidade do conhecimento espiritual para libertação do materialismo e Ego, ou o fator do Eu que corrompe o homem.

A Gnose dentro de uma pessoa é o ponto de partida em um longo caminho para o objetivo final Gnóstica: O encontro com Deus. Para que o encontro com Deus possa acontecer, o bom seguidor deve se livrar aos poucos do corpo material (inerentemente do Mal, no ponto de vista Gnóstica) através do aumento do conhecimento espiritual até que a sua alma imaterial (inerentemente do Bem) encontra-se com o Deus transcendente.

Um exemplo deste processo é o próprio Cristo, como relatado no Evangelho de Judas. Esse evangelho, produzido por Gnósticos durante o 2º Século e autenticado pela National Geographic Society em Abril de 2007, descreve como Cristo procurou a ajuda de Judas Iscariotes antes da sua morte. Com o fim de ser liberto do seu corpo físico e material, Cristo diz a Judas, “Tu sacrificarás o homem que me cobriu”. Com a morte do seu corpo físico, forjado por demônios para impedir o espírito de Cristo voltar para Deus, Ele conseguiu voltar a Deus e a redenção foi construída no mesmo princípio de conhecimento espiritual que Cristo tinha e ensinou quando era homem.

Teologia Gnóstica

Gnosticismo emprestou muito da crença que o universo é composto de, ou explicado por, duas entidades básicas tais como Deus e o Diabo, ou Bem e o Mal.

O deus secreto dos Gnósticos emana tudo espiritual. Essas emanações têm nomes como O Único, o Monade, etc., e são conhecidos coletivamente como Éons. O deus Gnóstica supremo e verdadeiro é um Éon, com um ser dentro de si. Esse ser interna deste primeiro Éon é denominado de Ennoia. Esse ser concebeu um Éon secundário, menor, chamado Caen que faz par junto com a Éon Akhana. Esses Éons produziram outros, e assim continuam como bonecas russas até que existem 20 ou 30 éons de menos importância e poder do primeiro Deus Éon.

Esses Éons secundários constituem uma “região de luz” chamado Pleroma. Este paraíso pode ser alcançado por uns poucos privilegiados através da Gnose. As regiões mais baixas do Pleroma são aquelas mais próximas das regiões das trevas, ou seja, o mundo físico em que nós vivemos. Sofia é o nome da região mais escura do Pleroma.

A antítese do ‘deus’ Gnóstico é o Demiurgo, uma criatura que nunca deveria ter sido criado. A criação do Demiurgo foi quando a Éon Sofia emanou sem Jesus, o seu Éon parceiro. Com vergonha do ato, Sofia enfaixou o Demiurgo em uma nuvem e construiu um trono para ele ali. Sem ver a própria mãe nem os outros Éons, o Demiurgo cresceu pensando que ele é o único deus e sendo ignorante dos níveis mais elevados da Pleroma.

Desde que o Demiurgo é Mal, o mundo físico e os aspectos físicos dos humanos criados por ele são más também. O alvo do Demiurgo é subverter a vontade do deus Gnóstico e, tendo sido invisto com uma porção dos poderes de sua mãe ao nascer, ele alcança esse alvo por fazer obras subconscientemente similar às obras dos Éons mais santos. Por esse engano, muitos humanos são cegados para a realidade da existência de uma Gnose maior assim como o Demiurgo é enganado. Os servos que o Demiurgo criou para auxilio são chamados Arcons e são eles que ficam entre o deus transcendente e a humanidade, impedindo Gnose de qualquer forma que puderem.

Antiguidade de Gnosticismo

A crença Gnóstica é antiga e tem se alastrado do passado para o presente. A única doutrina que une todas as religiões Gnósticas ensina que o homem é uma alma divina vivendo em um mundo imperfeito e material criado por um deus imperfeito que existe desde o primeiro século após o nascimento de Cristo. Em 50 A.D., Budismo adaptou a “doutrina dos Dois Princípios”, uma referencia a dualismo Gnóstica. Entre 100 e 180 A.D., Valentius viveu e fundou sua própria marca de Gnosticismo, chamado Valentinianismo, em Alexandria e Roma. Desde então, cada século menos a Idade Media tem produzido uma outra pessoa disposta a fazer macaquices com a religião Gnóstica. O ultimo grande Gnóstico que contribuiu bastante a Causa no Século 20 foi Samael Aun Weor, que codificou os princípios Gnósticos derivados de uma compilação das vidas daqueles “Iluminados”, tais como Jesus, o Cristo, Buda, Quetzacoatl, etc., a fim de criar um mapa resumindo todos os princípios Gnósticos para que nenhum Gnóstico andasse desgarrado por todas as teorias confusas.

Divisões de Gnosticismo

Hoje, Gnosticismo pode ser dividido entre duas grandes categorias: o Gnosticismo Persa, e o Gnosticismo Sírio-Egípcia.

Dos dois, Gnosticismo Persa é considerada o mais velho e o único que não é fruto do Cristianismo ou Judaísmo. Por causa da influencia forte de Zoroastrismo Persa nesse ramo de Gnosticismo, o dualismo faz grande parte da religião. Porem, o que resta de Gnosticismo Persa está sendo apagado pelo gêmeo mais popular: Gnosticismo Sírio-Egípcia.

O grau de desenvolvimento alcançado pelo Gnosticismo Sírio-Egípcia depois de quase 2,000 anos é maior que o do Gnosticismo Persa. Ao mesmo tempo em que têm progredido em profundidade, complexidade, e aceitação, tem-se divergido do Gnosticismo Persa.

Em vez de aceitar que têm duas forças iguais opondo um ao outro esse segundo ramo de Gnosticismo argumenta que tudo emanou de deus no começo e conforme as coisas iam distantes de deus foi criado o nosso universo material. Assim, o Mal não é um conceito absoluto como o Bem também não é. Se uma coisa é boa ou não é relativo a distância daquele objeto da sua fonte divina em Deus.

O Lado Positivo do Gnosticismo

O fim principal do Gnosticismo é providenciar aquele conhecimento que dê significado para a vida humana. Em vez de focar em como o homem veio a ser, onde o homem está indo, ou quando o mundo foi formado, o Gnosticismo trata o porque do homem existir aqui. Em tempos de dificuldade, muitos querem saber o porque desde que traz mais conforto de saber quando, como, ou onde. Qualquer dificuldade pode ser suportada quando tem uma razão por trás.

Nos primeiros dias da Igreja, Gnosticismo desencadeou contenda entre os Gnósticos e os Pais da Igreja. Das escritas destes homens com o calibre de Irineu, temos muitas das ferramentas que usamos para combater Gnosticismo nesses dias modernos.

Problemas com o Gnosticismo como uma Visão Cósmica

Com um todo, embora que providencia alguns pontos positivos, o Gnosticismo falha como uma visão cósmica. A ênfase que Gnosticismo coloca em fontes de verdade suspeitas, por exemplo, olhar para dentro para achar Deus e a relatividade do Bem e o Mal, corrompe a possibilidade de uma regra de fé fixa – exatamente o que o Gnosticismo deseja ser. Segundo Gnosticismo, ou certo é certo porque sente bem, ou porque um Gnóstico do passado sentiu assim, ou porque é mais certo do que a alternativa. Com um estandarte tão relativo, até o estandarte é suspeita.

Mesmo que recompensas estão prometidas para os que escolheram o caminho correto, e punições são ameaçadas para os que não escolheram o caminho da retidão, há pouco risco qualquer um ser recompensado ou punido desde que o Bem e o Mal estão deixados a critério de cada pessoa.

Ainda mais, Gnosticismo receita reforma sobre regeneração. Por negar que Cristo é o único Filho de Deus e Salvador dos Pecadores, Gnósticos não têm escolha senão desviar da regeneração em favor da reforma.

Mas o Gnosticismo não providencia nenhuma motivação para reforma nesta vida. O processo de reforma é dependente na habilidade de uma pessoa livrar a Alma do Corpo. A morte é a separação da Alma e Corpo, porém, como todos morrem, a Alma de cada um é separado do Corpo, seja Gnóstico ou não. Assim, os Gnósticos e os demais têm o mesmo fim e ingresso para paraíso, porque ambos libertam a Alma e o Corpo na morte.

Também, Gnósticos caiem em terrível confusão sobre as palavras conhecimento e habilidade. Segundo eles, conhecimento é habilidade. O conhecimento espiritual de uma pessoa é o mesmo da sua habilidade espiritual. Mas isso não pode ser.

É absurdo porque pressuponha que conhecimento teórico é o mesmo que conhecimento prática. Saber todas as regras de uma língua é o mesmo que falar aquela língua? Um mecânico pode bem entender tudo sobre um avião, e ainda não poder faz o voar.

Claramente conhecimento não é habilidade. Isso explica porque os Gnósticos mais experientes podem fazer as mesmas escolhas ruins que um gnóstico que ainda é ignorante dos princípios gnósticos.

Por final, o Gnosticismo não responde a nenhuma pergunta que já foi perguntada e respondida mais amplamente no Cristianismo. Cristianismo já explica como o homem foi criado, como Deus existe, quem os demônios são, a inimizade entre Deus e o Diabo, e ainda vai além para descrever as recompensas e punições, explicar o caminho da regeneração que é a salvação, e os mistérios que a natureza não pode nos ensinar. Quais perguntas os Gnósticos podem responder que o Cristianismo não pode? Porque alguém descartaria a obra prima em favor dos rascunhos? Seria, e é, tolice.

Fontes:

Braga, Norma, (13 Abril 2006), Judas E A Empulhação Gnostica, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4775

Guglielminetti, Rose, O Evangelho de Judas, Acessado 27 Maio 2008, de N/A

Gnosticism., Acessado 28 Maio 2008, de http://en.wikipedia.org/wiki/Gnostic

Judas Iscariotes E Seu Evangelho, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/Judas_Iscariotes.shtml

O Que É A Consciência?, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Psicologia_Gnostica/index.shtml

Introdução Ao Pensamento Gnóstico, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.gnosisonline.org/Teologia_Gnostica/index.php

O Que É Gnosticismo?, Acessado 27 Maio 2008, de http://www.revistaenfoque.com.br/index.php?edicao=58&materia=412




Cap 3 - Vontade de Deus
Por favor abre as suas Bíblias no livro de Romanos, capitulo doze. Começando em versículo um, diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresentais os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.1-2).

Por meio de introdução, deixa-me dizer que é o meu desejo desenvolver hoje à noite o que a Bíblia diz sobre a vontade de Deus porque a vontade de Deus é um conceito extremamente mal-entendido. E deixa-me explicar isso.

É mal-entendido porque é quase sempre usada de uma forma misteriosa. Entenda-me que não é usado de uma maneira errada – longe disso. É usada de uma forma que cria perguntas nas cabeças de pessoas sinceras.

Por exemplo: Nós aconselhamos pessoas à “aguardar a vontade de Deus” mas como sabemos quando a vontade de Deus chegou ou não? Quando alguém está em duvidas nós falamos “Busca a vontade de Deus” mas buscar aonde? Você entende o que eu quero dizer com “conceito mal-entendido”?

Então gostaria esclarecer um pouco o assunto da Vontade de Deus. Gostaria fazer isso expondo três coisas. Aqui no inicio é a minha intenção ressaltar algumas coisas que já sabemos sobre a vontade de Deus. Depois pretendo definir a maneira que Deus guia-nos na Sua vontade. E por ultimo, quero mostrar como esse assunto pode ser aplicada a minha vida e a sua vida também.

Então vamos começar com a pergunta: O que é a vontade de Deus?

Uma vontade é um desejo, como uma criança tem vontade de tomar sorvete. Vontade é uma determinação, como uma criança sem vergonha determina que vai chorar até que alguém compra sorvete. Uma vontade é apenas o que uma pessoa deseja ou determina vai ser feito.

Os animais não têm vontade. Nunca se ouviu falar de leão que decidiu comer uma zebra e depois deitar na sombra. Ele age por impulso, não por vontade. Mas nós, humanos, temos uma vontade.

Esse fato é obvio. Mas surge a pergunta: Deus tem vontade? Obviamente nós temos vontades, mas Deus tem? Sim, Deus tem. Olha o que está escrito no nosso texto (Romanos 12. 2) – “para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Essa vontade pertence a quem? A Deus, conforme está escrito. Isso quer dizer que Deus deseja ou determina algo que vai ser feito.

Mas o versículo não só afirma que Deus tem uma vontade, ele vai além e descreve essa vontade – esse desejo ou determinação que vai ser feito – como sendo boa, agradável e perfeita.

Entende que essas três características reunidas em um só lugar são coisas notáveis. Em nenhum outro lugar essas palavras são usadas em conjunta para descrever uma só coisa.


Por exemplo, em Romanos diz que “Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...” (Romanos 8.28), mas não diz que todas as coisas contribuem juntamente para o agrado ou a perfeição daqueles que amam a Deus.

Outro exemplo se encontra em I Timóteo 2.1-3. Quando Paulo escrevia para o jovem pastor Timóteo, ele manda Timóteo orar por aqueles em autoridade – os reis, governantes – porque essa ação é “bom e agradável diante de Deus nosso Salvador” (I Timóteo 2.1-3). Mas Paulo não chega a afirmar que tal ação é perfeita diante de Deus.

Então entende que essas três características reunidas em um só lugar são coisas notáveis. As pessoas que entendem isso, verdadeiramente entendem isso, eles perdem o medo de seguir a vontade de Deus – porque a vontade de Deus vai ser melhor, mais agradável, e mais perfeito do que a sua própria vontade.

Mas se você não concordar com Deus aqui, você está no erro. Se você discordar com Deus e acredita que a Vontade dEle é ruim, desagradável, e imperfeita, você está errado.

Se você, com a boca concordar com o que a Bíblia diz, mas na pratica nega esse preceito você está errado. Por exemplo, se a vontade de Deus é que Cristo seja o único Salvador, e você discorda e acrescenta as suas obras, ou as obras de Maria, ou as obras do Espírito Santo para a sua salvação, você é – e eu não falo isso com maldade sequer: Você está errado.

Vamos andar adiante mais um pouco no nosso texto. Depois que diz que a vontade de Deus é perfeita, você vê que a vontade de Deus é única – veja como o termo “Vontade de Deus” é no singular. Cada vez que encontrar o termo “Vontade de Deus” na Bíblia, e ocorre 23 vezes, vai sempre ser no singular.

Isso é por necessidade. Como Deus pode ter duas vontades perfeitas? Se um acrescenta ou retrai do outro, ambos são imperfeitos porque houve a necessidade de uma melhorada em uma coisa que já era para ser perfeito.

Se olhar do outro lado, e afirmar que ambos são perfeitos em todo aspecto, você vai ter duas vontades idênticas e porque precisa de duas vontades falando a mesma coisa? Uma vontade perfeita exclui qualquer outra.

Vamos seguir o raciocínio adiante mais um pouco. Se existe uma coisa perfeita, uma coisa que é tão perfeita que é solitário na sua perfeição, quando vai mudar para ser mais perfeito ou menos perfeito? Nunca. Por isso dizemos que a vontade de Deus nunca muda. Isso é muito simples. Aplica o conceito da imutabilidade para a definição da vontade de Deus.

O que Deus desejou que acontecesse no passado é o mesmo que Deus deseja que acontecesse hoje e vai ser o mesmo que Deus deseja que aconteça no futuro. O que Deus determinou que acontecesse no passado é o mesmo que Deus determinou que vai acontecer hoje e vai ser o mesmo que Deus determina que aconteça no futuro.

Queremos ver isso na Bíblia, então, por favor, desloca-se para Êxodo 20.3. Isso é a vontade expressa de Deus.

Depois você pode ver esse preceito de um único Deus novamente em Mateus 6.24. Mais uma vez Deus avisa sobre a ignorância de desobedecer a vontade que já é boa, agradável, e perfeita. Quem tenta servir outros deuses está fazendo o que não é bom, nem agradável, nem perfeito.

E por final, pode ser observada em Apocalipse 21.8 – os Idolatras não entrarão no céu. Idolatria é apresentar o seu corpo, a sua mente, os seus sentimentos para servir outros mestres alem de Deus. E como alguém apresenta “o seu corpo, ou a sua mente, ou o coração parar servir outros mestres”? Se você não ama a Deus de todo o seu coração, de toda a tua força, de todo teu entendimento, de toda sua mente, você está servindo algo além de Deus. Você está sendo idolatra mesmo não tendo ídolos em casa.

Ainda hoje Deus manda você não ter outros deuses como Ele mandou os Israelitas em Êxodo 20. Essa vontade de Deus nunca tem mudado até hoje: É eterna e nunca muda.

À vontade de Deus é também sempre eficaz – isto é: Sempre cumpre o que desejou ou determinou cumprir. Não existe um “talvez” ou um “mas” ou um “gostaria” com Deus. Em Isaías diz “Porque o Senhor dos Exércitos o determinou; quem o invalidará?” (Isaías 14.27). Falamos de homens que faltam força de vontade e com esse queremos dizer que eles faltam à força de vontade para querer o que deveriam querer. Mas nunca é assim com Deus. “Tudo o que o Senhor quis, fez.”

Essas são coisas que sabemos acerca da vontade de Deus. Você vê que a vontade de Deus não é misterioso nem encoberto. Na verdade é tudo muito simples.

Mas tem outras coisas que queremos saber. Como Deus nos guia na Sua vontade?

Salmos 48 diz que Deus “será nosso guia até à morte”. A pergunta é como Deus nos guia na sua vontade?

O mundo responde com muitas opções para conhecer a vontade de Deus. Deixe-me mostrar algumas maneiras que alguns tem buscado a vontade de Deus.

Rei Saul buscou uma bruxa para saber a vontade de Deus. Em I Samuel 28.5-7 vemos que Saul, com medo dos inimigos buscou o auxilio de uma bruxa. Ela fez subir o espírito de Samuel que simplesmente repetiu o que o Senhor tinha falado anteriormente (I Samuel 28.16-17).

Alguns apostam em sonhos e visões para saber a vontade de Deus. Todos conhecem o monte Sinai – o lugar aonde Moisés subia para falar com Deus. Hoje nos mapas, na península Sinai, perto de Egito, tem lá o “Monte Sinai”. Quem foi que colocou afirmou que isso era o Monte Sinai da Bíblia?

O imperador Romano Constantino tinha uma visão que aquele lugar era Monte Sinai. Mais tarde ele teve outra visão mandando ele matar a esposa e o filho. E ele fez. Pergunto: Deus estava revelando a Sua vontade para esse imperador?

Os apóstolos lançaram sortes para saber a vontade de Deus. Isso se confirma em Atos 1.24-26. Ninguém sabe com certeza como eles “lançaram sortes”. Simplesmente não sabemos. E Deus nunca nos manda lançar sortes, então descartamos esse método.

Outros abrem a Bíblia aleatoriamente e apontam o dedo em um versículo para saber a vontade de Deus. Suponha que eu quero fazer algo errado, imagina que eu quero matar meu irmão Daniel e busco a vontade de Deus desta maneira. E por acaso eu abro a Bíblia e encontro I Samuel 14.7 que diz “Faze tudo o que tens no coração” ou II Samuel 7.3 que diz “Vai, e faze tudo quanto está no teu coração; porque o Senhor é contigo”. Vocês estão me seguindo aqui? Obviamente esse método não serve.

Outros dizem que sentem contentes ou alegres quando estão no centro da vontade de Deus. Mas não esqueça que há caminhos que parecem certas, que nos fazem sentir alegres e contentes, mas não são da vontade de Deus. Veja isso em Provérbios 14.12. Satanás pode fazer homens e mulheres sentirem alegres, satisfeitos, e tudo mais. Ele pode até se transformar em anjo de luz e relatar uma mensagem “divina”. Mas isso não garante que estão no centro da vontade de Deus.

Outros dizem que eles têm um interesse reavivado em coisas espiritual quando encontram a vontade de Deus. Mas com tempo e maturidade, a experiência nos ensina que confiar em sentimentos ou interesses não é seguro porque o homem muda continuamente. É a realidade. Reconhecemos isso.

Então a nossa pergunta permanece: Como Deus nos guia na Sua vontade?

Exercita os seus dedos, por favor, e abre em Salmos 119.105 – “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”.

A analogia, ou figura, aqui é de um homem no escuro, perdido, não sabendo como proceder. É a figura de um homem que não sabe qual é à vontade do Senhor. E diz, a Palavra de Deus é lâmpada para os pés e luz para o caminho.

Deus nos deu a Bíblia, a Palavra de Deus, para nos guiar. Isso é o propósito da Bíblia – mostrar o caminho que devemos andar.

A Bíblia não foi feita para ser admirada pela sua simetria ou pela sua profundidade de pensamento. A Bíblia não existe para que nós podemos estocar os nossos mentes com datas e fatos antigos. Isso seria admirar o formato da lâmpada ou maravilhar-nos da força da luz que a lâmpada emite sem usar ela para achar o nosso caminho no escuro. A Bíblia, como diz Salmos 119.105, é para ser lâmpada para os nossos pés e luz para nosso caminho – é para ter um uso pratico.

Eu gostaria fechar essa pregação estabelecendo algumas verdades fundamentais concernentes a esta verdade: A Bíblia é a nossa luz.

Em primeiro lugar entende que precisamos ser iluminados para ver a luz da Bíblia (Salmos 36.9). Por si só, o homem não pode ver a luz das Escrituras porque está cego. Veja esse principio em Apocalipse 3.17-18. O homem é chamado de cego porque ele não pode ver as coisas mais obvias. Ele se imaginava de uma forma, mas o Justo Juiz viu a cegueira real desses homens.

Em Provérbios 30.1-5 explica sobre a condição miserável do homem. Temos aqui um homem desconhecido, que confessa que ele é mais bruto e selvagem dos homens e confessa que nem tem o conhecimento dos homens, ou o conhecimento dos religiosos, nem o conhecimento dos santos. Mas mesmo assim, em toda essa ignorância e desperdício de intelecto, ele vê uma coisa: “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele”.

Se este homem mais ignorante do que caipira consegue ver e entender que a Bíblia é pura, o que você chama o homem que nem reconhece isso? Por isso a Bíblia chama os homens de cegos – eles não conseguem ver as coisas mais obvias.

Em segundo lugar a iluminação que precisamos é achado em Cristo. Cristo é Aquele Luz. Leia sobre isso em Mateus 4.12-17. Cristo diz de Si mesmo “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (João 9.5). Em João 8.12-29 fala do mesmo assunto.

Se você não conhece Cristo, como vai conhecer as Escrituras que testificam dEle? Se você não conhece a Luz de Cristo, como vai conhecer a Luz das Escrituras?

Lembra o que diz em Salmos 36.9, “Na tua luz veremos a luz”. Você conhece Jesus Cristo a Luz?

Em terceiro lugar a luz da Bíblia ilumina apenas um caminho – o caminho que deve ser tomado. Marcos 10.17-22. Esse jovem rico tinha seguido os preceitos da Bíblia a risco. Mas a caminho iluminada pelas Escrituras ele não queria seguir. Cristo, a Palavra de Deus em carne disse: “Toma a cruz, e segue-me”.

Jesus Cristo é a Palavra de Deus final (Hebreus 1.1). Ele é a única fonte de Luz. A Bíblia ilumina o caminho que devemos seguir para entrar em Cristo e isso é pelo arrependimento dos nossos pecados e pela fé em Cristo Jesus. A Bíblia também ilumina o caminho que devemos seguir para ser como Cristo e isso é por santificarmos pela Palavra de Deus e mortificar os nossos pecados.

Em conclusão deixa-me reunir e apresentar os pedaços que sobraram.

Não confunde esses dois caminhos. Precisa estar confiando em Cristo antes que pode seguir Ele.

Não dá ênfase demais para seguir a Cristo. Não aceita pessoas que mandam você seguir regras para ser como Cristo se você ainda não está em Cristo.

A coisa importante é estar em Cristo. Você está em Cristo? Se não, o que impede que você esteja em Cristo?

Talvez você diz: “Eu vou me chegar a Cristo quando sei que sou eleito”. Isso é esperar em Deus e não em Cristo. Você precisa ir a Cristo primeiro, e assim em Cristo você pode ver o pai.

Talvez você diz: “Eu vou ir até Cristo quando sinto alegria em servir-O”. Isso é esperar no Espírito Santo e não em Cristo. Você precisa ir a Cristo primeiro e depois terá o Espírito Santo.

Talvez você diz: “Eu iria a Cristo, mas temo o que os homens diriam sobre mim”. Isso é esperar nos homens em não em Cristo. Quando está em Cristo, Deus vai cuidar dos homens (Provérbios 16.7).

Talvez você diz: “Eu iria a Cristo, mas eu não estou chorando pelos meus pecados”. Vai até Cristo e você vai ver como os seus pecados tornam pesados, e em Cristo achará descanso.

Se você está crendo em Cristo e mortificando os seus próprios desejos para obedecer a Deus como Cristo obedeceu, você está no centro da Vontade de Deus.

Bibliografia:

BOYCE, James Pettigru, Abstract of Systematic Theology, Founders Press, Cape Coral, 2006

DAGG, John Leadley, Manual de Teologia, Missão Evangelica Literária, São José dos Campos, 2003

GILL, John, Gill’s Body of Divinity, Baker Book House, Grand Rapids, 1978

PINK, Arthur Walker, Gleanings in the Godhead, Moody Press, Chicago, 1975

SIMMONS, Thomas Paul, Um Estudo Sistematico de Doutrina Biblica, The Challenge Press, Little Rock, 1985

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