terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Estudo das Palavras que Descrevem a Palavra Pecado






Estudo das Palavras que Descrevem a Palavra Pecado

Epistemologia

Epistemologia = Ciência ou teoria do conhecimento, o sentido primário das palavras em relação às escrituras. Aqui veremos a sua aplicação buscando a definição divina para a palavra pecado. Qualquer definição diferente ou distinta desta palavra é um grave pecado e sabemos que tal erro teve sua origem no jardim do Éden. Há três palavras no Grego que definem a palavra conhecimento:

ginosko (G1097 ginosko) chegar a saber, vir a conhecer, obter conhecimento, perceber, sentir.

eido (G1492 eido) perceber com os olhos, perceber com algum dos sentidos, discernir descobrir.

epistamai (G1987 epistamai) por atenção em, fixar os pensamentos, mudar a si mesmo ou a sua mente para, concentrar o pensamento em algo, estar familiarizado com, entender. É desta palavra que se origina o termo “Epistemologia”.

Portanto, faremos um estudo de um grupo de palavras encontradas nas escrituras que definem o pecado em suas várias formas. O objetivo de estudarmos tais palavras, em seu sentido original, é o de ressaltar a gravidade e conseqüências do pecado, seja ele de qualquer natureza ou forma.

Pecado = Qualquer obra, palavra ou desejo que contrarie a lei de Deus.

No livro de Gênesis (3: 4 -5) vemos satanás, a antiga serpente (Apoc. 12:9), tentando a mulher dizendo: “e sereis como Deus sabendo o bem e o mal”. Isto nada mais é do que levar o homem a pensar que ele mesmo é quem define o que é certo ou errado, ou seja, a definição do que é ou o que não é pecado passa a estar nas mãos dos homens.

Vemos isto acontecer desde aquela época até os nossos dias. Os evolucionistas não crêem que o pecado exista e dão nomes diferentes á ele como: Alcoolismo = Doença, Homossexualidade = Estilo Opcional de Vida, Adultério/Fornicação = Manifestação de amor, Mentira = Necessidade de Sobrevivência, Avareza = Economizar, Paixões Desordenadas = Necessidade de Afirmação e Egoísmo = Busca da Auto-Estima. Eles não consideram tais atos como sendo pecado, mas como desvio de conduta, traumas da infância, fraqueza, desfrutar a vida e até em alguns casos, como sendo “normal”, pois ninguém é perfeito. Porém, somente Deus é quem tem o direito de definir não somente o que é pecado, mas acerca de tudo que envolve a nossa existência, tal como: o bem e o mal, o homem, a Salvação, Deus, o futuro, a eternidade, o perdão, o inferno, a criação e a condenação etc...

A realidade destas coisas não muda, mesmo que o homem creia ou não. Ainda que as ciências humanas e a filosofia neguem, isto não muda a verdade de Deus.

Sl 51: 4 - Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.

Jo 8: 43 - Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.

Rom 3: 1-4 - Qual é pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas. Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, E venças quando fores julgado.

A queda do homem foi ocasionada pela mentira do diabo e a rejeição da verdade de Deus. Morrereis versus não Morrereis. Havia somente um pecado, um fruto proibido. Adão e Eva, depois da queda, começaram a dar uma definição distinta para as coisas, Gen. 3: 6 - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Gen 3: 12 - Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

No livro de Êxodo, cap 20, temos o decálogo ou os dez mandamentos, onde podemos ver a definição divina do que é o pecado, assim como no restante da Bíblia temos a aplicação desta lei de forma prática.

Vemos em Êxodo a lei moral e cerimonial, sendo que a cerimonial teve seu cumprimento em Cristo e por isso não estamos obrigados a guardar a lei neste sentido, ou seja, voltarmos a sacrificar animais, guardar o sábado e etc..

Entretanto, a lei moral permanece, pois reflete o caráter de Deus, e sendo Ele Santo, seu caráter é imutável.

Portanto, honrar pai e mãe, não matar, não adulterar, não furtar, não participar de falso testemunho e não cobiçar, fazem parte da lei moral de Deus e estará sempre em vigência. Assim como o Faraó considerava a religião dos Israelitas um produto da ociosidade (Êxodo 5: 14-19), cujo remédio era mais trabalho, assim o homem de hoje considera aqueles que baseiam suas vidas na Palavra de Deus como sendo pessoas irracionais e ignorantes.

Também devemos lembrar que não pode haver salvação sem que antes venha a convicção de pecado. Vemos Cristo aplicar a lei, de forma correta, ao levar primeiramente seus ouvintes a entenderem que eram pecadores (João 4: 16-18, Lucas 13: 1-5, Lucas 12: 13-20, Lucas 18: 18-23). Como alguém pode se arrepender se não leva em conta o que Deus pensa a respeito dos seus atos?

O grupo de palavras que estudaremos será este: Chata/hamartia , Avah, Rasha, Maal, Aven, Ashan, anomia, paraptoma, agnoema, hettema.

1- Chatá/hamartia (Strongs H2398/H266) é, literalmente, “perda da marca” “errar o alvo” Desviar-se do caminho. Refere-se a todos pecados cometidos contra a luz ou o conhecimento que já temos.

Os pecados cometidos contra o Evangelho são os mais sérios e receberão maior condenação (Jo 3: 19, Heb. 10: 28-29, II Ped. 2: 20-22). É o termo mais abrangente para se referir ao declínio moral ou perda do alvo do relacionamento correto com Deus. Refere-se ao pecado tanto na forma abstrata como na forma concreta, ao ato de pecar e ao pecado em sua realidade. É usado acerca do pecado como:

(a) princípio ou fonte de ação ou um elemento interior que produz atos (Rm 3: 9; 5: 12, 13, 20; 6: 1, 2: 7: 7), o abstrato pelo concreto: (Rm 7: 8, duas vezes, Rm 7: 9-11); em Rm 7: 13, “o pecado, para que se mostrasse pecado”, ou seja, “o pecado se tornou morte para mim, a fim de que se expusesse seu caráter odioso”; na última cláusula “o pecado se fizesse excessivamente maligno”, ou seja, pela santidade da lei, a verdadeira natureza do pecado foi projetada a manifestar-se na consciência.

(b) Um princípio ou poder governante, por exemplo, Rm 6:6 “(o corpo) do pecado”, aqui o “pecado é definido como um poder organizado que age através dos membros do corpo, embora o pecado se encontre na vontade (o corpo é o instrumento orgânico); na cláusula seguinte e em outras passagens, citadas a seguir, este princípio governante é personificado” (Rm 5: 21; 6: 12-14, 14, 17: 7: 11, 14, 17, 20, 25; 8: 2; I Cor. 15: 56; Hb 3: 13; 11: 25; 12:4, Tg 1: 15, segunda parte).

(c) Termo genérico (distinto dos termos específicos, como o nº 2, não obstante, as vezes, abrange o erro concreto, como por exemplo em João 8: 21, 34, 46; 9: 41; 15: 22-24; 19: 11); Em Rm 8: 3, “Deus enviando seu Filho em semelhança da [literalmente] carne do pecado”, a carne representa o corpo, o instrumento do “pecado” permanente [Jesus, o Filho preexistente de Deus, assumiu a carne humana, “da substância da virgem Maria”; a realidade da encarnação para Ele, sem mancha de pecado (quanto ao termo homoioma, “semelhança” = não implica necessariamente que o objeto em questão foi derivado do outro, da mesma maneira que dois homens podem ser parecidos, porém sem nenhum grau de parentesco. Cristo foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, sem a participação de José, desta forma Ele obteve um corpo humano, com natureza humana, porém sem pecado. Era necessário que Ele tomasse a forma humana para que pudesse morrer por nossos pecados, pois sendo Deus, ele não poderia morrer. (Col. 2: 9) Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. (Emanuel, Deus conosco).

Também em Filipenses 2: 5 a 8 – De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, (6) Que sendo (existindo sempre) em forma (essência – tudo que pertence a divindade) de Deus, não teve por usurpação (não levou em conta) ser igual a Deus. (7) Mas, esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; (8) E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

Devemos lembrar que sendo Deus e possuindo um corpo sem pecado (Hb. 4: 15), ninguém poderia matá-lo, embora os judeus incrédulos tentaram muitas vezes. (João 10: 17-18) Por isso o Pai me ama, porque dou minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.

Continuando ainda em Rom 8: 3, a expressão “pelo pecado”, ou seja, como oferta pelo pecado, “condenou o pecado na carne”, ou seja, Jesus tendo assumido a natureza humana, exceto o pecado, e tendo vivido uma vida sem pecado, morreu sob a condenação e julgamento devidos ao nosso “pecado” (Heb. 9: 26; 10: 6, 8, 18; 13: 11 I Jô 1: 7,8: 3: 4 (Na primeira parte, pois na segunda, pecado é definido como iniqüidade).

Em I João 3: 8 e 9 a tradução mais correta seria “praticar” ao invés de cometer, pois não é o cometimento de um ato que está em vista, mas a prática constante do pecado, conforme indicado pelo verbo “fazer”. O uso que o apóstolo Paulo faz do presente de poieo, “fazer”, expressa virtualmente o significado de prasso, “praticar”, o qual João não usa (não é raro neste sentido nas Epístolas de Paulo, por exemplo, Rom 1: 32; 2: 1; Gl 5: 21; Fl 4: 9) em I Pedro 4: 1 (singular nos melhores textos, literalmente, “já cessou do pecado”, ou seja, a fé, que nos leva a obediência á Cristo, que padeceu na carne por nossos pecados, nos leva também a não desejarmos mais viver na carne, mas mortificarmos nosso velho homem (I Pedro 4: 2).

As vezes a palavra é usada como virtualmente equivalente a uma condição de pecado (I João 1: 29 “o pecado, não “os pecados do mundo” ou como em I Co 15: 17, que nos dá a idéia de uma trajetória de pecado caracterizada por atos contínuos (Ex: I Tes 2: 16).

Em I João 5: 16 (segunda parte) a melhor tradução seria: “há pecado para a morte”, não um ato especial de pecado, mas o estado ou condição que produz atos; em I João 5: 17, “toda iniqüidade é pecado”, não é uma definição de pecado como em (I João 3: 4), mas dá uma especificação do termo em seu sentido genérico.

(d) Uma ação pecadora, um ato de pecado (Mt 12: 31; At 7: 60, Tg 1: 15 (primeira parte) Tg 2: 9; 4: 17; 5: 15, 20; I João 15: 16 (primeira parte).

Notas: Foi predito que Jesus, sob todos os aspectos não tinha pecado (II Cor 5: 21, I João 3: 5, Jô 14: 30, João 8:46, Hb 4: 15, I Pedro 2: 22.

Em Hebreus 9: 28 (segunda parte) a referência é uma oferta de pecado

Em II Co 5: 21, a frase “o fez pecado” indica que Deus tratou com Jesus como Ele tem que lidar com o pecado (pois Deus não esconde o pecado debaixo do tapete) e que Jesus cumpriu o que estava simbolizado na oferta pela culpa.

Portanto, não alcançar a norma, errar o alvo é o que lemos em Romanos 3: 23: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (glória = soma dos seus atributos, caráter). O homem, pela sua queda, nunca poderá alcançar a norma de Deus, que exige a perfeição, pois Deus exige amor e justiça perfeitos. Ninguém, exceto Deus, pode ser justo e amoroso a cada segundo, minuto, mês, ano, década ou eternamente, pois falhamos o tempo todo.

Sendo que Deus não rebaixa as suas exigências, no final, o homem perderá tudo, ou seja: a felicidade, a vida eterna e o próprio Deus.

Remédio: A justiça perfeita de Cristo creditada a nossa conta.

2- Avah (Perversão, o que está Torcido, dobrado Strongs H5753)

É a perversão da natureza humana. Vemos no Velho Testamento Jeová se queixar dos Israelitas por estarem numa condição torcida com relação a Sua lei.

Isaías 1: 4 Ai, nação pecadora, povo carregado de iniqüidade, descendência de malfeitores, filhos corruptores; deixaram ao SENHOR, blasfemaram o Santo de Israel, voltaram para trás.

O pecado perverteu a natureza humana e sua personalidade (Mente, Emoções e Vontade)

Natureza Humana - Romanos Cap.3 e 6

O Corpo Humano - Depravado, não em si, mas como instrumento do pecado.O pecado aproveita o corpo humano para convertê-lo em instrumento de iniqüidade. Mc 7:21; Ef 4:22

No coração do homem habita uma série de pecados que se manifestam em seus membros e faculdades, deixando assim a vontade humana escravizada pelo pecado (I Cor. 2: 14).

O homem rejeita a Deus e a verdadeira Bem-aventurança (SL 73: 22, 49: 20).

Em sentido moral, o pecado reduziu a raça humana a bestas, animais irracionais, bestas ignorantes. Vivem para o temporal, não pensam em Deus, eternidade, inferno, pecado... Buscam em sua sensualidade, o prazer carnal, satisfazer seus desejos e sentidos (Judas 10).

A ignorância para os animais não é pecado. Eles vivem para satisfazer seus instintos, porém viver assim, é um grave pecado para os homens.

Vemos o exemplo disto na parábola do filho pródigo (Lucas 15: 11-32), onde o encontramos “comendo com os porcos”, se portando de modo bruto e irracional.

Podemos ver nele o que vemos em muitos homens: Enfermidade mental, Loucura Espiritual e Demência. Mas, E, tornando em si, - Estava fora de si, agindo de forma ilógica.

Isaías 19: 14 O SENHOR derramou no meio dele um perverso espírito; e eles fizeram errar o Egito em toda a sua obra, como o bêbado quando se revolve no seu vómito.

Jeremias 3: 21 Nos lugares altos se ouviu uma voz, pranto e súplicas dos filhos de Israel; porquanto perverteram o seu caminho, e se esqueceram do SENHOR seu Deus.

Provérbios 12: 8 Cada qual será louvado segundo o seu entendimento, mas o perverso de coração estará em desprezo.

Provérbios 6: 12- 19 O homem mau, o homem iníquo tem a boca pervertida. Acena com os olhos, fala com os pés e faz sinais com os dedos. Há no seu coração perversidade, todo o tempo maquina mal; anda semeando contendas. Por isso a sua destruição virá repentinamente; subitamente será quebrantado, sem que haja cura. Estas seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, O coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.

Podemos comparar esta palavra com uma chave que não entra no cadeado por estar torcida. Joh 6: 70 - Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. 1Tim 1:8-14 - Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitimamente; Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, Para os devassos, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para o que for contrário à sã doutrina, Conforme o evangelho da glória de Deus bem-aventurado, que me foi confiado. E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério; A mim, que dantes fui blasfemo, e perseguidor, e injurioso; mas alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na incredulidade. E a graça de nosso Senhor superabundou com a fé e amor que há em Jesus Cristo.

Esta palavra define bem o resultado ou efeito do pecado na natureza humana. O pecado sempre resulta na perversão, desequilibro moral e espiritual e a distorção da imagem de Deus no homem. Podemos constatar isso, após a queda do homem, quando sua natureza foi totalmente afetada (passou a se esconder de Deus) e seu corpo passou a sofrer debilidades com a condenação da morte. Também podemos notar como o pecado não pode dar satisfação plena e duradoura ao homem. Quatro provas desta verdade:

A própria perversão mostra que o homem segue de um pecado para o outro e se degenerando cada vez mais. Gen 6: 5 - E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Rom 1:18-32 - Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo a justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.

1- O uso de estímulos artificiais.

O crescimento assustador das drogas e do álcool para apagar suas consciências e os conduzirem a escravidão. II Pe 2: 19 - Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.

2- Demência Espiritual.

Ef. 4:18-19 - Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza. Mas vós não aprendestes assim a Cristo,

Rom 1:21-22 - Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

3- O pecado é contra a verdadeira felicidade.

Seu resultado final é sempre trágico. Prov. 23:29-35 - Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado.Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente.No fim, picará como a cobra, e como o basilisco morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez.

Remédio: A única coisa que pode sanar, alinhar, endireitar, corrigir o entendimento é a Palavra de Deus. Aos olhos de Deus, todo pecador está fora de si, numa espécie ou classe de loucura espiritual. II Cor. 4: 1-7 e I Cor. 2; 14.

3- Rasha (Confusão, desordem, alvoroço, caos - Strongs H7561)

O pecado por si só é desordem, confusão e vergonha. Dan 12:2 E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. O caos que vemos no mundo é causado pelo pecado e, portanto, se Deus não exercesse Seu poder restritor ou colocasse limites, este mundo seria uma fossa insuportável. O poder corruptível do pecado é tão grande, que só o poder restritivo de Deus, através do Espírito Santo, é que pode manter este mundo ainda habitável. O fato de o governo civil, a família, a adoração pública e um certo grau de segurança ainda existirem, deve ser atribuído a graça comum de Deus. A moralidade e honestidade serem encontradas entre os descrentes, revela que Deus restringe o homem quanto a prática de toda a sua depravação. Mat 24:22 E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.

1Ti 2:1-2 Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecaçöes, oraçöes, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; 2 Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade;

Gen 20:6 Ao que Deus lhe respondeu em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la;

Este poder de restrição de Deus é revelado pelo fato de Ele “endurecer” os corações ou entregar os homens a sua própria iniqüidade. Deus não é o autor do pecado (Tiago 1: 13), sendo assim, essa expressão deve significar que Deus retirou as restrições que antes impediam estes indivíduos de pecarem (Êxodo 10: 1; Salmos 105: 25, I Samuel 2: 25; Romanos 1: 24, 26, 28). A ação de Deus de tirar as restrições pode incluir a permissão de eventos que revelam a depravação do homem, ou a remoção da consciência e o medo da retribuição. O poder restritivo do Espírito Santo é uma benção que não devemos esquecer de agradecer a Deus. Os descrentes que se orgulham da sua moralidade e cultura exterior, pouco sabem das profundezas de depravação que está guardada em seus corações. É, de fato, uma verdade gloriosa Deus restringir todo w qualquer pecado que não venha a contribuir, no final, para a Sua glória. Sl 76:10 Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor; o restante da cólera tu o restringirás. (Ron Crisp). Miséria, falta de paz, corrupção, intrigas e toda espécie de pecado reside na personalidade humana, que está em desordem no mais profundo do seu ser. Todos problemas psicológicos, emocionais e espirituais são fruto deste caos ou desordem.

Isa 57:20-21 Mas os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar, e as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.

Rom 3:16-17 Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. 16 Em seus caminhos há destruição e miséria.

Remédio: Uma mente sã, capaz de entender e aceitar o que Deus diz, para assim ter paz , domínio próprio e disciplina. Só podemos obtê-la pela conversão á Cristo.

Rom 8:19-25 Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus. Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.

4- Maal (Strongs H4604) Infidelidade, traição, deslealdade (de forma secreta) hipocrisia, adultério espiritual, desconfiança em Deus.

Lev. 6: 2 Quando alguma pessoa pecar, e transgredir contra o SENHOR, e negar ao seu próximo o que lhe deu em guarda, ou o que deixou na sua mão, ou o roubo, ou o que reteve violentamente ao seu próximo.

Lev. 26: 40 Então confessarão a sua iniqüidade, e a iniqüidade de seus pais, com as suas transgressões, com que transgrediram contra mim; como também eles andaram contrariamente para comigo.

Num. 31: 16 Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o SENHOR no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a congregação do SENHOR.

II Cron. 33: 19 E a sua oração, e como Deus se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares onde edificou altos, e pós bosques e imagens de escultura, antes que se humilhasse, eis que estão escritos nos livros dos videntes.

Ezeq. 15: 8 E tornarei a terra em desolação, porquanto grandemente transgrediram, diz o Senhor DEUS.

Ezeq. 39: 26 E levarão sobre si a sua vergonha, e toda a sua rebeldia, com que se rebelaram contra mim, quando eles habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os espante.

Todos os homens são adúlteros espirituais (Tiago 4: 4) e estão em inimizade contra Deus (Rom. 8: 6-7). Se os homens pudessem matar a Deus, o fariam, como tentaram fazê-lo com Cristo (Mat. 2: 16, 26: 4, Mar. 11:18, Luc. 18: 33, João 7: 19-25, 8: 37-40, João 12: 9-11).

Atos 3: 13-15 O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas.

Remédio: Obediência ao Evangelho

5- Aven (Strongs H205) Vaidade, aquilo em que não há proveito, ilusório. (Palha) - Efésios 4: 17 E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente. Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração; Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.

Jó 15: 35 Concebem a malícia, e dão à luz a iniqüidade, e o seu ventre prepara enganos.

Zacarias 10: 2 Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor.

Provérbios 22: 8 O que semear a perversidade segará males; e com a vara da sua própria indignação será extinto.

Isaías 41: 29 Eis que todos são vaidade; as suas obras não são coisa alguma; as suas imagens de fundição são vento e confusão.

O pecado só pode dar ao homem prazer momentâneo (Heb. 11: 25), mas no final, tudo se perderá e acabará como a palha. Bens, saúde e poder são coisas transitórias na vida de todo homem, como nos ensina o livro de Eclesiastes (Ecles 1: 1-3, 2: 1-26), vaidade tudo vaidade. A nossa vida carece de sentido ou valor quando buscamos dar sentido a nossa existência fora da pessoa e comunhão de Deus.

Jó 21: 17 -18 Quantas vezes sucede que se apaga a lâmpada dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus na sua ira lhes reparte dores! Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho.

Salmo 1: 4 Não são assim os ímpios; mas são como a moinha que o vento espalha.

Isaías 5: 24 Por isso, como a língua de fogo consome a palha, e o restolho se desfaz pela chama, assim será a sua raiz como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel.

Isaías 29: 5 E a multidão dos teus inimigos será como o pó miúdo, e a multidão dos tiranos como a pragana que passa, e num momento repentino isso acontecerá.

Isaías 33: 11 Concebestes palha, dareis à luz restolho; e o vosso espírito vos devorará como o fogo.

Jeremias 23:28 O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o SENHOR.

Oséias 13: 1- 3 Quando Efraim falava, tremia-se; foi exaltado em Israel; mas ele se fez culpado em Baal, e morreu. E agora multiplicaram pecados, e da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos segundo o seu entendimento, todos obra de artífices, dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros. Por isso serão como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa; como folhelho que a tempestade lança da eira, e como a fumaça da chaminé.

Mateus 3: 12 Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará.

6- Ashan (Strongs H817) Culpa ocasionada pela ignorância. Aquilo que sabemos e não fazemos é omissão, porém a ignorância não nos isenta da responsabilidade daquilo que deveríamos saber – Mateus 22: 29 - Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus. È, em certo sentido, o pecado principal que domina o nosso mundo. Eva cometeu este pecado, pois não conhecia ou manifestou ignorância do que exatamente significava “morrerás”.

Levítico 5: 17 E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do SENHOR, aquilo que não se deve fazer, ainda que o não soubesse, contudo será ela culpada, e levará a sua iniqüidade;

Atos17: 30 Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;

Gênesis 26: 10 E disse Abimeleque: Que é isto que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com a tua mulher, e tu terias trazido sobre nós um delito.

João 4: 22 Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.

Atos 17: 23 Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.

Remédio: Conhecer as Escrituras (Provérbios 1: 20 – 33)

7- Aval (Strongs H5765) Injustiça, desvio do que é correto e ético. A falta de amor é a causa deste pecado (Mateus 24: 12). Quem não conhece a Deus não pode amar verdadeira e genuinamente aos outros. Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro (I João 4: 7-21, I Cor. 13: 4-7).

Levítico 19: 15; 35 Não farás injustiça no juízo; não respeitarás o pobre, nem honrarás o poderoso; com justiça julgarás o teu próximo. 35 Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida.

Salmo 82: 2 Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? (Selá.)

Salmo 43: 1 Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra a nação ímpia. Livra-me do homem fraudulento e injusto.

Provérbios 29: 27 Abominação é, para os justos, o homem iníquo; mas abominação é para o iníquo o de retos caminhos.

Deuteronômio 25: 13-16 Na tua bolsa não terás pesos diversos, um grande e um pequeno. Na tua casa não terás dois tipos de efa, um grande e um pequeno. Peso inteiro e justo terás; efa inteiro e justo terás; para que se prolonguem os teus dias na terra que te dará o SENHOR teu Deus. Porque abominação é ao SENHOR teu Deus todo aquele que faz isto, todo aquele que fizer injustiça.

Salmo 71: 4 Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel.

Salmo 92: 15 Para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha e nele não há injustiça.

Remédio: Conversão a Deus. Efésios 4: 15-24-32

8- Parabasis (Strongs G3847) Violação, transgressão dos limites. Entrar em propriedade alheia ou privada sem autorização. Refere-se ao ato de não tocar, não entrar ou pisar aonde não nos é permitido.Vemos Adão e Eva cometerem este pecado ao transgredirem os limites a eles impostos no Éden. Para que a transgressão ocorra, deverá haver alguma coisa a se transgredir. O pecado ocorreu desde Adão até Moisés, fato este atestado pela morte. Aquelas pessoas que viveram entre a lei dada no paraíso (Gen. 2: 16-17) e a lei entregue no Sinai , pecaram, porém não á semelhança do pecado de Adão. Com a entrega da Lei no Monte Sinai, pela primeira vez houve a possibilidade de se transgredir a lei – Romanos 4: 15 - Porque a lei opera a ira. Porque onde não há lei também não há transgressão.

É cometer alguma ação que se mostra excessiva ou extravagante. É como invadir a linha ou limite. Em certo sentido, “Parabasis” é a transgressão de um mandamento dado ou entregue e, portanto, é mais sério do que “Hamartia”.

Todo transgressor é realmente um pecador, pois peca com conhecimento da lei, porém, nem todo pecador é um transgressor, pois alguns pecam sem ter conhecimento da lei “Porque onde não há lei também não há transgressão”. No primeiro caso há a “desobediência explícita” enquanto no segundo, a “desobediência implícita”.

Exemplo de Balaão: Números 22: 18 - Então Balaão respondeu, e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da ordem do SENHOR meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande.

Eva estava confundida pela sua ignorância a respeito da morte e todas as suas implicações e veio a cair em transgressão.

I Timóteo 2: 14 - E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.

Romanos 5: 14 - No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.

A liberdade que a serpente disse que Eva teria (Gen. 3: 5-6) ao poder decidir entre o bem e o mal, era na verdade uma transgressão que a levou a escravidão. A liberdade que satanás oferece ao homem, em detrimento da palavra de Deus e obediência a Sua vontade, faz dele um escravo do pecado.

II Coríntios 3: 17 - Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

Gálatas 5: 13 - Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.

I Pedro 2: 16 - Como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus.

Romanos 6: 14- 17 - Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coraçäo à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

Remédio: Liberdade verdadeira e Santificação.

9- Anomia - (Strongs G458) – Libertinagem – Sem Lei

Antinomianismo – Viver sem estar debaixo de nenhuma lei.

Todo homem é um antinomiano por natureza. Na verdade, todo pecado é em última instância, se colocar contra a lei de Deus.

Geralmente esta palavra é traduzida como “iniqüidade” e uma vez como “maldade”.

Anomia está em contraste com “dikaiosyne- justiça” e é usada com “anarquia”.

Anomos é utilizado negativamente pelo menos uma vez no Novo Testamento para se referir à pessoa que vive sem lei ou para quem a lei não tenha sido dada.

I Coríntios 9 : 21 Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.

Em outro lugar, Anomia é usada para descrever o maior inimigo da lei, o homem do pecado – II Tessalonicenses 2: 8 - E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda. Aqui Anomia não se refere a alguém que vive sem lei, mas àquele que age contrário a lei, como também no caso de “Paranomia - Strongs G3892” que ocorre somente em II Pedro 2: 16 - Mas teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana, impediu a loucura do profeta).

E em Atos 23: 3 “Paranomein - Strongs G3891” - Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir?

Mateus 7: 23 - E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

Romanos 6: 19 - Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação.

II Coríntios 6: 14 - Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?

Hebreus 10: 17 - E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades.

I João 3: 4 - Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é iniqüidade.

Todo homem que comete pecado (Hamartia) transgride também a lei (Anomia) porque pecado (Hamartia) é a transgressão da lei (Anomia).

Concluímos assim que onde não há lei (Romanos 5: 13) pode haver “hamartia” ou “adikia Strongs G93 injustiça” , mas não “anomia” que é o erro cometido contra a lei adotada ou o desprezo pela lei e a permissividade moral pela qual a lei é violada.

Assim, os Gentios que não tem a lei (Romanos 2: 14) são culpados de pecado, porém não podem ser acusados de “anomia” pois pecam sem ter conhecimento da lei. Porém, atrás da lei de Moisés, que os Gentios nunca tiveram, havia outra lei, a lei original e a revelação da justiça de Deus, escrita nos corações de todos os homens (Romanos 2: 14-15). Sendo que esta lei não está completamente removida do coração humano, todo pecado, mesmo aquele cometido pelo mais ignorante, cruel e obscurecido selvagem, deve ser, num sentido secundário, considerado como “anomia”, pois é a violação da mais antiga, embora parcial, lei de Deus.

Apesar dos Gentios não terem recebido a lei como os Judeus, não podem se desculpar dos seus pecados, pois pecam contra o que a sua própria natureza ensina e a consciência censura.

Remédio: Arrependimento. Mudança de mente, emoções e vontade acerca do pecado.

Por que Quatro Evangelhos?

Embora a crença na inspiração das Santas Escrituras seja um fato aceito e irrefutável entre os verdadeiros salvos, são poucos os que se preocupam em investigar mais a fundo as belezas e também a própria harmonia existente entre os 66 livros que compõem o Velho e o Novo Testamento.

Cremos que o Velho Testamento contém o Novo e o Novo Testamento revela o Velho. Por isso, nas Escrituras, tudo é importante. Nós não podemos ler ou interpretar as Escrituras como faríamos com qualquer outro livro, pois nenhum livro se assemelha às Escrituras.

A sublimidade das Escrituras com relação á outros livros é incomparável, assim como Jesus Cristo (o homem) o é entre os homens.

Neste estudo, não iremos abordar os quatro evangelhos, mas apenas um, o de Marcos. Creio que será o suficiente para instigar aqueles cristãos desejosos de conhecer melhor a Cristo, e as suas virtudes, a garimparem este terreno repleto de pedras preciosas.

Por que quatro evangelhos? Talvez esta pergunta não tenha ocorrido ainda na mente de muitos, porém, espero que nunca o seja por mera incredulidade. O objetivo peculiar de cada um dos evangelhos é raramente percebido, mesmo por aqueles que já estão familiarizados com o conteúdo de cada um deles.

È verdade que cada um dos quatro evangelhos tem muita coisa em comum, pois cada um deles trata com o mesmo período da história, com os milagres de Cristo, sua morte e ressurreição. Porém, embora os quatro evangelistas tenham muito em comum, cada um tem sua própria peculiaridade, e em observar suas diferenças, nuances, é que conseguimos entender o significado e enxergar escopo, apreciando assim as suas diferenças.

Na leitura cuidadosa dos quatro evangelhos logo fica evidente que nenhum deles contém uma biografia completa do ministério terreno de Cristo. Há períodos de Sua vida (Cristo) que nenhum dos evangelistas professa ter coberto. Após o relato de Seu nascimento, nada mais é dito sobre Ele, até atingir a idade de doze anos, aonde um breve relato é feito por Lucas sobre Sua ida ao templo e a sujeição aos pais (Lucas 2:41-52).

Até mesmo com relação ao Seu ministério público, o que temos são fragmentos, pois os evangelistas selecionaram apenas algumas porções de Seus ensinos e detalham apenas uns poucos milagres. Isto fica claro na declaração de João.

João 21:25, “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez; e se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém.”

Se os evangelhos não são uma Biografia completa de Cristo, o que eles são? A primeira resposta deve ser: Quatro livros inspirados, totalmente inspirados por Deus! Quatro livros escritos por homens movidos pelo Espírito Santo; livros que são verdadeiros e perfeitos.

A segunda resposta seria: Os quatro evangelhos são completos em si mesmos, escritos com distintos propósitos, sendo que tudo o que foi incluído em suas páginas, tanto aquilo que não o foi, fazem parte daquilo para o qual eles foram estritamente subordinados, ou seja, nada de relevante e pertinente ao tema e característica de cada evangelho foi deixado de fora.

Por que Quatro Evangelhos?

Porque um ou dois não seriam suficientes para nos dar uma apresentação perfeita da glória e excelência do Nosso abençoado Senhor.

Os quatro evangelhos retratam a pessoa e a obra de nosso Salvador de uma forma distinta, a fim de ilustrar o propósito de cada evangelista, assim como faríamos se quiséssemos escrever um livro sobre um personagem importante, mas tivéssemos que abordar vários aspectos do seu caráter. Quatro escritores se empenhariam em obter material específico que os ajudassem a detalhar, o mais fiel possível, o caráter deste personagem, ou seja: sua vida doméstica, religiosa, profissional e também seu lazer. Num primeiro momento, isto seria visto como quatro biografias, embora estivéssemos falando do mesmo homem, visto em diferentes áreas do seu relacionamento. Portanto, cada escritor se restringiria a detalhar aquilo que é relevante para sua parte da biografia, por exemplo:os detalhes da vida doméstica não são relevantes para o escritor que detalha a vida profissional, assim como o escritor que detalha seu lazer, obter informações sobre sua vida religiosa.

O exemplo acima serve para ilustrar o que temos nos quatro evangelhos.

Em Mateus, Cristo é apresentado como Filho de Davi, o Rei dos Judeus, e tudo em sua narrativa é centrado nesta verdade. Isto explica porque o primeiro Evangelho começa descrevendo a realeza da genealogia de Cristo, e porque no segundo capítulo é mencionada a vinda dos magos do oriente perguntando: Onde está aquele que é nascido rei dos Judeus? (Mateus 2:1), como também nos capítulos 5 até aos 7, temos o Sermão da Montanha, que na verdade, se trata de um manifesto real, contendo a enunciação das leis do Seu Reino.

Em Marcos, Cristo é retratado como Servo de Jeová, como um que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Tudo neste segundo evangelho contribui para este tema central e tudo o que não condiz com este tema é excluído. Isto explica a razão de não termos o relato de nenhuma genealogia neste evangelho e porque Cristo já é introduzido no início do seu ministério público (nada nos é dito a respeito de sua vida anterior), e porque há mais milagres (obras de serviço) detalhados aqui do que em outro evangelho.

Em Lucas, Cristo é declarado Filho do Homem, estando ligado, porém contrastado com os filhos dos homens. Tudo em sua narrativa serve para ilustrar isto.

Isto explica porque o terceiro evangelho traça a Sua genealogia de volta a Adão, o primeiro homem (ao invés de Abraão, como em Mateus), porque como homem perfeito Ele é visto freqüentemente em oração, e porque os anjos são vistos ministrando para Ele, ao invés de serem comandados por Ele, como visto em Mateus.

Em João, Cristo é revelado como Filho de Deus, e tudo neste quarto evangelho tem a finalidade de ilustrar e demonstrar este relacionamento divino. Isto explica porque na abertura do primeiro versículo nós somos levados de volta a um ponto antes do tempo se iniciar, onde Cristo é retratado como o Verbo “no Princípio”, com Deus e Ele mesmo sendo expressamente declarado ser Deus. Porque nós temos aqui muitos dos seus títulos, como: O Unigênito do Pai, O Cordeiro de Deus, A Luz do Mundo etc.; Porque nos é dito que a oração deve ser feita em seu nome (João 14:13-14); Porque o Espírito Santo seria enviado pelo Filho tanto quanto pelo Pai (João 14:26, 16:7).

É extraordinário notar que as quatro apresentações de Cristo nos evangelhos foram indicadas de maneira muito específica através do Velho Testamento.

Em Jeremias 23:5 Lemos: Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Este verso cai como uma luva no Evangelho de Mateus.

Em Zacarias 3:8 Lemos: Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o RENOVO. Este verso poderia ser o título do segundo Evangelho.

Em Zacarias 6:12 Lemos: E fala-lhe, dizendo:Assim diz o SENHOR dos Exércitos:Eis aqui o homem cujo nome é RENOVO; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR. Quão apropriadamente este verso se encaixa com a descrição de Lucas.

Em Isaías 4:2 Lemos: Naquele dia o renovo do SENHOR será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra excelente e formoso para os que escaparem de Israel.

Compare este versículo com João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.

Em Êxodo 26:31 e 32 o Véu, composto de quatro cores e sustentado sobre quatro colunas: Depois farás um véu de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. E colocá-lo-ás sobre quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata.

Em Hebreus 10:19 e 20 Lemos: Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

Os quatro pilares de madeira recoberta de ouro representam a humanidade e divindade de Cristo, que são perfeitamente retratadas nos Evangelhos.

João 1:14: E o Verbo se fez carne, e habitou (Tabernaculou) entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Compare Ezequiel 10:9 a 14 – com Apocalipse 4:6-9

Ezequiel 10:9 a 14: Então olhei, e eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como a cor da pedra de berilo. E, quanto ao seu aspecto, as quatro tinham uma mesma semelhança; como se estivesse uma roda no meio de outra roda. Andando estes, andavam para os quatro lados deles; não se viravam quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça, para esse seguiam; não se viravam quando andavam. E todo o seu corpo, as suas costas, as suas mãos, as suas asas e as rodas, as rodas que os quatro tinham, estavam cheias de olhos ao redor. E, quanto às rodas, ouvindo eu, se lhes gritava:Roda! E cada um tinha quatro rostos; o rosto do primeiro era rosto de querubim, e o rosto do segundo, rosto de homem, e do terceiro era rosto de leão, e do quarto, rosto de águia.

Apocalipse 4:6-9: E havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás. E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre.

Os quatro animais descritos em apocalipse (ou querubins) juntamente com a passagem de Ezequiel, nos descrevem o caráter de Cristo retratado nos quatro Evangelhos. Leão, Bezerro, Rosto como de Homem e Águia.

1. Leão – Rei dos animais – é ideal para retratar a realeza de Cristo, assim como o Evangelho de Mateus, Filho de Davi, Rei dos Judeus – Cristo é chamado de o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi (Apoc. 5:5).

2. Bezerro ou Boi Jovem - Este animal representa muito adequadamente a Cristo, assim como Ele é representado no segundo Evangelho. Pois o boi era o principal animal utilizado, pela nação de Israel, no serviço. Assim Cristo se fez servo de Jeová em nosso favor.

3. Rosto de Homem – Este animal corresponde ao terceiro Evangelho onde a humanidade de Cristo está em evidência.

4. Águia Voando – Quão significativo é isto! Os primeiros animais, Leão, Bezerro, Rosto de homem, todos pertencem a terra, assim como os três primeiros evangelhos enfatizam a Cristo no seu relacionamento terreno, mas este quarto querubim, está acima da terra e contemplando os céus. A Águia é um pássaro que se eleva ao ponto mais alto, simbolizando assim o caráter de Cristo descrito no Evangelho de João, como Filho de Deus.

Assim também podemos contemplar a sabedoria de Deus na seleção dos quatro escritores dos evangelhos. Em cada um deles podemos ver a aptidão e peculiaridade para cumprimento adequado de suas tarefas.

Mateus é o único entre os quatro escritores dos Evangelhos que apresenta Cristo em um relacionamento “oficial”, ou seja, como o Messias e Rei de Israel. Ele era o único dos quatro que ocupava uma posição oficial (Mateus 9:9; 10:1-3), pois Lucas era médico e João, pescador. Mateus era um cobrador de impostos trabalhando para os Romanos.

Mateus apresenta Cristo em conexão com o reino, como alguém que possui um título para reinar sobre Israel. Quão apropriado era para aquele que ocupava uma posição oficial, acostumado a olhar para um vasto império, receber esta tarefa. Os Romanos designavam oficiais entre os próprios Judeus, para cobrarem impostos de seus compatriotas, por isso eles eram mais odiados do que os próprios Romanos.

Sendo assim, ele entendia muito bem o que era ser odiado sem causa, desprezado e rejeitado. Finalmente, se Deus apontou este homem, cuja chamada o ligava aos Romanos, temos então uma evidência clara da graça de Deus alcançando aos desprezados gentios.

O Evangelho de Marcos coloca diante de nós o Servo de Jeová, o trabalhador perfeito. O instrumento escolhido para escrever este segundo Evangelho desempenhava uma função que o capacitava para tal tarefa, pois ele não era um apóstolo, mas antes, um servo de um dos apóstolos. II Timóteo 4:11: Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Sendo assim, aquele que retratou nosso Senhor como Servo de Deus, era um que pessoalmente ministrava á outros!

O Evangelho de Lucas trata com a Humanidade de nosso Senhor, apresentando-o como Filho do Homem, relacionado com os homens, porém em profundo contraste com os mesmos.

Este Evangelho é um dos que apresenta o relato mais completo da nascimento virginal de Cristo. Também revela mais completamente do que outros o estado depravado e caído da natureza humana. É o Evangelho mais “internacional” em seu escopo do que os outros três, sendo maiormente dirigido aos Gentios do que aos Judeus.

Observe o quão apropriado foi a escolha de Lucas para escrever este Evangelho. Ele não era pescador e nem cobrador de impostos, mas um médico (Colossenses. 4:14), e como tal, um estudante da natureza humana e um que sabia diagnosticar a estrutura humana. Além de que, há uma boa razão para acreditarmos que Lucas não era Judeu, mas Gentio, apresentando Cristo não como “Filho de Davi”, mas como “Filho do Homem.”

O Evangelho de João apresenta Cristo num caráter mais íntimo que todos os outros, retratando-o num relacionamento Divino, mostrando que Ele era o Filho de Deus. Esta tarefa exigia o chamado de um homem com alto grau de espiritualidade e também que fosse intimo em seu relacionamento com nosso Senhor, alguém dotado de um incomum discernimento espiritual. Certamente João, que estava mais próximo do Salvador do que os outros doze, e era o discípulo amado, foi bem escolhido. Quão apropriado era, para aquele que se reclinava no seio de Jesus, ser o instrumento para retratá-lo como “O Unigênito Filho de Deus”, que está no seio do Pai! Assim, podemos admirar e entender a multiforme sabedoria de Deus em equipar estes quatro Evangelistas neste trabalho tão honroso.

Ao fecharmos esta introdução, mais uma vez voltamos á questão: Porque quatro Evangelhos? Um estudo mais apurado das Escrituras revela o fato de que alguns números terem especial sentido ou significado, como por exemplo:

• 3 = Manifestação

• 4 = Número da terra

• 6 = Número do Homem

• 7 = Perfeição

• 8 = Novo Começo

O número quatro é assim visto pelo fato de:

1. A terra ter quatro pontos cardeais – Norte, Sul, Leste e Oeste

2. Termos quatro estações no ano – Primavera, Verão, Outono e Inverno

3. Serem quatro os elementos da Natureza – Fogo, Água, Terra e Ar

4. Houve quatro Impérios Mundiais – Babilônia, Medos e Persas, Gregos e Romanos

5. As Escrituras dividem os habitantes da terra em quatro classes – tribo, língua, povo, e nação

Apocalipse 5:9: E cantavam um novo cântico, dizendo:Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.

Na parábola do semeador, Cristo descreve os tipos de terreno em que as sementes caem como sendo quatro tipos de solo.

Lucas 8:4-7: E, ajuntando-se uma grande multidão, e vindo de todas as cidades ter com ele, disse por parábola: Um semeador saiu a semear a sua semente e, quando semeava, caiu alguma junto do caminho, e foi pisada, e as aves do céu a comeram; E outra caiu sobre pedra e, nascida, secou-se, pois que não tinha umidade; E outra caiu entre espinhos e crescendo com ela os espinhos, a sufocaram; E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. Dizendo ele estas coisas, clamava:Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

O Evangelho de Marcos – Cristo – Servo

Fazemos durante este estudo umas poucas comparações entre Marcos e os outros Evangelhos a fim de percebermos as diferenças já mencionas acima. Façamos então uma Breve comparação entre Mateus e Marcos.

Mateus tem 28 capítulos - Marcos tem 16 capítulos

Mateus contém o relato de muitas Parábolas - Marcos contém o relato de poucas Parábolas

Mateus apresenta Cristo como Filho de Davi - Marcos Apresenta Cristo como Servo Perfeito de Jeová

Mateus foi escrito aos Judeus (Não exclusivamente) - Marcos foi escrito aos servos e trabalhadores cristãos

Mateus mostra a realeza da dignidade e autoridade de Cristo - Marcos mostra sua Mansidão e Servicitude

Coisas Omitidas no Evangelho de Marcos

1. A genealogia de Cristo

2. A concepção Miraculosa de Cristo e Seu nascimento

3. O Sermão do Monte (que retratam um Rei e as leis do seu Reino) – Um servo não tem reino

4. Marcos relata quatro Parábolas, enquanto Mateus quatorze.

Não aparece em Marcos as seguintes Parábolas:

o O senhor assalariando empregados para a sua vinha

o As bodas do Filho do Rei

o A Parábola dos talentos – servo não tem recompensa

5. Não vemos nenhuma ordem de Cristo aos seus anjos, apenas os vemos ministrando á Ele. Marcos 1:13 E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.

6. Não aparece a expressão “Ai de vós” Mateus 23:13, pois a um servo não convém julgar ou exercer juízo, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor (II Timóteo 2:24).

Por isso em Mateus 21:12-17 vemos Jesus expulsando os cambistas, enquanto Marcos 11:11, não descreve este incidente.

7. Ele (Cristo) não é declarado Rei, salvo de forma indireta.

Em Mateus ele é chamado de Emanuel (Mateus 21:9) - E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo:Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!

Apenas “uma vez”, no Evangelho de Marcos, Ele é declarado Filho de Davi. Marcos 11:9-10: E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.

Compare:

Mateus 16:28 com Marcos 9:1

Mateus 16:28 - Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Marcos 9:1 - Dizia-lhes também:Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder.

Em Mateus 8:25 Ele é Chamado de Senhor - Em Marcos 4:38 Ele é chamado de Mestre

Em Mateus 16:22 Pedro o repreende, mas o chama de Senhor - Em Marcos 8:32 Pedro o repreende, mas não o chama de Senhor

Em Mateus 26:22 No anúncio da traição aparece a palavra “Senhor” - Em Marcos 14:19 No anúncio da traição não aparece a palavra “Senhor”

8. Seus sofrimentos - Marcos 14:34: E disse-lhes:A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai. São poucos os relatos e circunstâncias descritas em Marcos referentes ao Seu sofrimento, pois um servo só tem a Deus á quem recorrer.

Não vemos Pilatos declarando-o inocente. Não vemos a esposa de Pilatos aconselhando-o a não se envolver no julgamento do “Homem Justo”. Mateus 27:19: E, estando ele assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer:Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.

Não vemos Judas declarando (Mateus 27:4) que traíra o sangue inocente.

Não vemos as mulheres chorando por Ele no local da execução (Lucas 23:27)

As palavras do ladrão arrependido são omitidas, compare:

Lucas 23:41-42:E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus:Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.

Marcos 15:27-28 - E crucificaram com ele dois salteadores, um à sua direita, e outro à esquerda. E cumprindo-se a escritura que diz:E com os malfeitores foi contado.

As Palavras “Está consumado” – João 19:30 são omitidas, pois um servo não dá o seu trabalho por encerrado! É o seu Senhor quem define a hora que ele deve encerrar o seu trabalho.

Características do Evangelho de Marcos

1- A introdução dos Evangelhos de Mateus, Lucas e João é longa, enquanto no Evangelho de Marcos ela é totalmente diferente.

Mateus relata de Cristo: Sua Genealogia, nascimento, visita e homenagem dos sábios, a fuga para o Egito, Seu Batismo e tentação. Somente entra no ministério público de Cristo a partir do capítulo 14.

Marcos apresenta um breve relato do seu Batismo e tentação, passando a relatar Seu ministério público a partir do versículo 14. Seus trinta anos de vida se passam em silêncio.

Marcos apresenta-o realmente como Servo.

2- Marcos inicia com “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” – não começa com “Evangelho do Reino”. A palavra evangelho aparece 12 vezes nos quatro evangelhos, sendo que oito delas aparecem somente em Marcos.

Cabe ao servo levar as Boas Novas!! I Coríntios 9:16-19.

3- A palavra “EUTHEOS" (Logo, imediatamente) é mencionada freqüentemente, demonstrando sua prontidão e urgência em servir e cumprir sua missão.

Marcos 1:10, 12, 19 a 21, 29, 31, 43 – Ele estava ocupado com os negócios de seu Pai.

Efésios 5:15-17; Colossenses 4:6.

4- Também vemos com freqüência a palavra “E” (Kai): Capítulos 2, 3, 4, e 5 – Uma conjunção que liga as partes de um discurso. Seu serviço era completo, perfeito e sem interrupções. Mostra a continuidade do seu trabalho. Não se cansava de fazer o bem. Servia a tempo e fora de tempo. II Timóteo 4:1-5, Hebreus 13:16, Tiago 4:17, Tito 3:14, Gálatas 6:9-10.

5- Marcos relata mais milagres do que Mateus, pois serviço consiste mais em obras do que em discurso.

A primeira Parábola é a do Semeador. Marcos 4:3-20 - Salvador indo adiante com a Palavra.

A segunda Parábola é a da Semente que é lançada, cresce e é colhido então seu fruto. Marcos 4:26-29.

A terceira Parábola é a do Grão de Mostarda. Marcos 4:30-32.

A quarta Parábola é a dos Vinhateiros que maltratam os servos do Senhor da vinha e acabam por matar seu filho.

Todas falam de servir! As três primeiras mostram o trabalho e serviço de semear, enquanto a última, o de colher.

6- No Evangelho de Marcos as mãos de Cristo são frequentemente mencionadas, retratando Seu serviço. Marcos 1:31,41; 5:41; 7:32; 8:22-25; 9:27; João 10:28. Mostra que os Salvos estão em Suas mãos

7- Marcos também menciona “os olhos” do Servo Perfeito - Sempre atentos! Marcos 3:5, 34-35; 8:33; 10:21; 11:11 ---- Provérbios 29:7

A Maneira como Cristo Servia

1. Sem nenhuma ostentação - Marcos 1:36-38. Não desejava ser um ídolo popular. Quando somos bem recebidos e nós tornamos o centro das atenções, desejamos permanecer ali.

Marcos 1:37-38 - “Todos te buscavam” - Cristo Responde:Vamos às aldeias vizinhas. Vs 44 - Não digas nada a ninguém. João 5:41 - Eu não recebo glória dos homens.

Quando começamos a receber “honra” pelo que Deus tem feito através de nós, talvez seja tempo de sairmos ou mudarmos para outro lugar. Por isso vemos Cristo nas casas, ou de casa em casa. Marcos 1:45; 3:20; 7:17- 36; 8:26; 9:28- 33. O servo não se exalta pelo que faz!

2- Cristo servia com grande compaixão.

A. Compare Marcos 1:30-31 com Lucas 4:38-39 (Sogra de Pedro). E chegando-se a ela, tomou-a pela mão e levantou-a.

B- Compare Marcos 9:27 com Lucas 9:42 (Menino Possesso). Tomando-o pela mão, o ergueu.

C- Compare Marcos 9:36 e 10:13-16 com Mateus 18:2 e 19:13-15 (Criança). Tomando-o nos seus braços.

3- Cristo enfrentou Grande Oposição. Marcos 2:6-7; 16; 24 - 3:2; 6; 22 - 5:17; 40 - 6:3; 5 - 7:1-2 - 8:11 - 10:2 - 11:18; 27-28 - 12:13; 18; 28 - 14:1.

Os servos de Cristo também encontrarão oposição. É um sinal de que estão trabalhando!

4. Cristo serviu com muito Sacrifício. Marcos 3:20 - 4:35-38 - 6:31 - Atos 20:24

5. Cristo serviu de uma maneira Organizada. Marcos 6:7, 39-40. I Coríntios 14:33

6. Cristo serviu com Prontidão de Amor. Marcos 1:41 - 6:34 - 8:1 - 10:21

7. O Serviço de Cristo era precedido de Oração. Marcos 1:35

Marcos 16:20 - Últimas palavras sobre o servo: Cooperando - I Cor. 15:58

Nota: Extraído do Livro “Why Four Gospels” A.W.Pink

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