quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O papel de Israel no desencadear de um ataque ao Irã - O roteiro militar:Preparando a IIIa. Guerra Mundial.







A seguir à invasão do Iraque de 2003, a administração Bush identificou o Irão e a Síria como a etapa seguinte "do roteiro para a guerra". Fontes militares estado-unidenses sugeriram que um ataque aéreo ao Irão podia envolver um desdobramento em grande escala comparável aos raids de bombardeamento "pavor e choque" sobre o Iraque em Março de 2003.

"Os ataques aéreos americano ao Irão ultrapassariam amplamente o âmbito do ataque israelense de 1981 contra o centro nuclear Osiraq, no Iraque, e assemelhar-se-ia mais aos dias iniciais da campanha aérea de 2003 contra o Iraque. (Ver Globalsecurity )

"Theater Iran Near Term" (TIRANNT)

Denominado em código pelos planeadores militares dos EUA como TIRANNT, ("Teatro do Irão a curto prazo"), foram iniciadas em Maio de 2003 simulações de um ataque ao Irão "quando modeladores e especialistas de inteligência puseram juntos os dados necessários para a análise do cenário do Irão ao nível de teatro (o que significa grande escala". (William Arkin, Washington Post, 16 April 2006).

Os cenários identificaram vários milhares de alvos dentro do Irão para uma blitzkrieg "Pavor e choque":

"A análise, chamada TIRANNT, foi complementado com um cenário simulado para uma invasão do Marine Corps e uma simulação da força iraniana de mísseis. Planeadores estado-unidenses e britânicos efectuar um jogo de guerra no Mar Cáspio aproximadamente ao mesmo tempo. E Bush ordenou ao U.S. Strategic Command que concebesse um plano de guerra global para um ataque contra armas de destruição em massa iranianas. Tudo isto foi finalmente serviu para um novo plano de guerra para "grandes operações de combate" contra o Irão que fontes militares confirmam agora [Abril 2006] existir em forma de minuta.

... No âmbito do TIRANNT, planeadores do Exército e do Comando Central dos EUA tem estado a examinar tanto cenários a curto prazo como para anos vindouro para a guerra com o Irão, incluindo todos os aspectos de uma grande operação de combate, de mobilização e deslocação de forças ao longo de operações de estabilização pós-guerra após a mudança de regime". (William Arkin, Washington Post, 16 April 2006)

Foram contemplados diferentes "cenários de teatro" para um ataque total ao Irão: "O exército, marinha e força aérea e fuzileiros navais prepararam, todos eles, planos de batalha e passaram quatro anos a construir bases e treinar para a "Operation Iranian Freedom". O almirante Fallon, o novo chefe do US Central Command, herdou planos computorizados com o nome TIRANNT (Theatre Iran Near Term)." ( New Statesman, February 19, 2007)

Em 2004, aproveitando os cenários iniciais do TIRANNT, o vice-presidente Dick Cheney instruiu o USSTRATCOM a elaborar um "plano de contingência" de uma operação militar em grande escala dirigida contra o Irão "para ser utilizado em resposta a um outro ataque terrorista tipo 11/Set contra os Estados Unidos" sob a presunção de que o governo em Teerão estaria por trás da conspiração terrorista. O plano incluía utilização antecipativa (pre-emptive) de armas nucleares contra um estado não nuclear:

"O plano inclui um assalto aéreo em grande escala ao Irão empregando tanto armas convencionais como nucleares tácticas. Dentro do Irão há mais de 450 alvos estratégicos importantes, incluindo numerosos sítios suspeitos de desenvolvimento de programa de armas nucleares. Muitos dos alvos são revestidos ou enterrados profundamente e não poderiam ser removidos com armas convencionais, daí a opção nuclear. Tal como no caso do Iraque, a resposta não está condicionada ao Irão estar realmente envolvido no acto de terrorismo dirigido contra os Estados Unidos. Vários oficiais superiores da Força Aérea envolvidos no planeamento estão confirmadamente estarrecidos com as implicações do que estão a fazer – que o Irão está a ser configurado para um ataque nuclear não provocado – mas não estão preparados para prejudicar as suas carreiras colocando quaisquer objecções". (Philip Giraldi, Deep Background , The American Conservative August 2005)

O roteiro militar: "Primeiro o Iraque, então o Irão"

A decisão de alvejar o Irão sob o TIRANNT faz parte de um processo mais vasto de planeamento e sequenciamento de operações militares. Já sob a administração Clinton, o US Central Command (USCENTCOM) havia formulado "planos em teatro de guerra" para invadir primeiro o Iraque e a seguir o Irão. O acesso ao petróleo do Médio Oriente era o objectivo estratégico declarado:

"Os interesses amplos da segurança nacional e os objectivos expressos na National Security Strategy (NSS) do presidente e a National Military Strategy (NMS) constituem o fundamento da estratégia de teatro do Central Command dos Estados Unidos. O NSS direcciona a implementação de uma estratégia de contenção dual dos estados vilões (rogue states) do Iraque e do Irão na media em que aqueles estados apresentem uma ameaça aos interesses dos EUA, a outros estados na região e aos seus próprios cidadãos. A contenção dual é concebida para manter o equilíbrio de poder na região sem depender do Iraque ou do Irão. A estratégia de teatro do USCENTCOM é baseada em interesses e centrada em ameaças. O objectivo dos EUA, tal como exposto na NSS, é proteger os interesses vitais dos Estados Unidos na região – acesso ininterrupto e seguro dos EUA/aliados ao petróleo do Golfo". (USCENTCOM, http://www.milnet.com/milnet/pentagon/centcom/chap1/stratgic.htm#USPolicy, o link já não está activo)

A guerra ao Irão foi encarada como parte de uma sucessão de operações militares. De acordo com o (antigo) comandante geral da NATO, Wesley Clark, o roteiro do Pentágono consistia de uma sequência de países: "[O] plano de campanha de cinco anos [incluía]... um total de sete países, principiando pelo Irão, a seguir a Síria, Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão". Em "Winning Modern Wars" (pg. 130) o general Clark declara o seguinte:

"Quando retornei ao Pentágono em Novembro de 2001, um dos oficiais militares superiores teve tempo para uma conversa. Sim, ainda estamos na trilha para avançar contra o Irão, disse ele. Mas havia mais. Isto estava a ser discutido como parte de um plano de campanha de cinco anos, disse ele, e havia um total de sete países, a principiar pelo Iraque e então Síria, Líbano, Líbia, Irão, Somália e Sudão. (Ver Secret 2001 Pentagon Plan to Attack Lebanon , Global Research, July 23, 2006)

O papel de Israel

Tem havido muito debate quanto ao papel de Israel no desencadear de um ataque contra o Irão.

Israel faz parte de uma aliança militar. Tel Aviv não é um prime mover – não tem uma agenda militar separada e distinta.

Israel está integrado no "plano de guerra para operações de combate principais" contra o Irão formulado em 2006 pelo US Strategic Command (USSTRATCOM). No contexto de operações militares em grande escala, uma acção militar unilateral e não coordenada por parte de um parceiro da coligação, nomeadamente Israel, é de um ponto de vista militar e estratégico quase uma impossibilidade. Israel é um membro de facto da NATO. Qualquer acção de Israel exigiria um "sinal verde" de Washington.

Um ataque por parte de Israel podia, entretanto, ser utilizado como "o mecanismo disparador" o qual desencadearia uma guerra total contra o Irão, bem como retaliação do Irão contra Israel.

Em relação a isto, há indicações de que Washington pode encarar a opção de um ataque inicial (apoiado pelos EUA) por Israel ao invés de uma operação militar directa dos EUA contra o Irão. O ataque israelense – embora feito em estreita ligação com o Pentágono e a NATO – seria apresentado à opinião pública como uma decisão unilateral de Tel Aviv. Ele seria então utilizado por Washington para justificar, aos olhos da opinião pública mundial, uma intervenção dos EUA e da NATO tendo em vista "defender Israel", ao invés de atacar o Irão. Sob os acordos de cooperação militar existentes, tanto os EUA como a NATO seria "obrigados" a "defender Israel" contra o Irão e a Síria.

Vale a pena notar, a este respeito, que no início do segundo mandato de Bush, o (antigo) vice-presidente Dick Cheney sugeriu, em termos não incertos, que o Irão estava "no topo da lista" dos "inimigos malditos" da América e que Israel, por assim dizer, "estaria a bombardear por nós", sem o envolvimento militar estado-unidense e sem nos pressionar a "fazer isso" (Ver Michel Chossudovsky, Planned US-Israeli Attack on Iran , Global Research, May 1, 2005): According to Cheney:

"Uma das preocupações que as pessoas têm é que Israel possa fazer isso sem lhe ser pedido... Dado o facto de que o Irão tem uma política declarada de que os seu objectivo é a destruição de Israel, os israelenses podem bem decidir actuar primeiro e deixar ao resto do mundo a preocupação acerca da limpeza com as consequências diplomáticas da confusão", (Dick Cheney, citado numa entrevista à MSNBC, January 2005)

Comentando a afirmação do vice-presidente, o antigo conselheiro de Segurança Nacional Zbigniew Brzezinski, numa entrevista à PBS, confirmou com alguma apreensão: sim, Cheney quer o primeiro-ministro Ariel Sharon a actuar por conta da América e "fazer isso" para nós:

"O Irão penso que é mais ambíguo. E aqui a questão certamente não é tirania; é armas nucleares. E o vice-presidente hoje numa espécie de estranha declaração paralela a esta declaração de liberdade sugeriu que os israelenses podem fazer isso e de facto utilizou uma linguagem que soa como uma justificação ou mesmo um encorajamento para os israelenses fazerem isso".

Do que estamos a tratar é de um operação militar conjunta EUA-NATO-Israel para bombardear o Irão, o qual tem estado na etapa de planeamento activo desde 2004. Oficiais no Departamento da Defesa, sob Bush e Obama, têm trabalhado persistentemente com militares e de oficiais inteligência israelenses, identificando cuidadosamente objectivos dentro do Irão. Em termos militares práticos, qualquer acção de Israel teria de ser planeada e coordenada aos mais altos níveis da coligação conduzida pelos EUA.

Um ataque de Israel também exigiria apoio logístico coordenado dos EUA-NATO, particularmente em relação ao sistema de defesa aérea de Israel, o qual desde Janeiro de 2009 está plenamente integrado no dos EUA e NATO. (Ver Michel Chossudovsky, Unusually Large U.S. Weapons Shipment to Israel: Are the US and Israel Planning a Broader Middle East War? Global Research, January 11,2009)

O sistema de radar de banda X de Israel estabelecido no princípio de 2009 com apoio técnico dos EUA "integrou as defesas de mísseis de Israel com a rede de detecção global de mísseis dos EUA [com base na espaço], a qual inclui satélites, navios Aegis no Mediterrâneo, Golfo Pérsico e Mar Vermelho e radares Patriot baseados em terra e interceptores". ( Defense Talk.com, January 6, 2009 )

O que isto quer dizer é que em última análise Washington é que manda. Os EUA e não Israel controlam o sistema de defesa aérea. "Isto é permanecerá um sistema de radar estado-unidense", disse Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono. Assim, isto não é algo que estejamos a dar ou a vender aos israelenses e sim algo que provavelmente exigirá pessoal dos EUA no terreno para operar". (Citado em Israel National News, January 9, 2009, emphasis added).

Os militares dos EUA supervisionam o sistema de Defesa Aérea de Israel, o qual está integrado no sistema global do Pentágono. Por outras palavras, Israel não pode lançar uma guerra contra o Irão sem o consentimento de Washington. Daí a importância da chamada legislação "sinal verde" no Congresso patrocinada pelo Partido Republicano sob a Resolução 1553 da Casa, a qual explicitamente apoia um ataque israelense ao Irão.

"A medida, proposta pelo republicano do Texas Louie Gohmert e 46 dos seus colegas, endossa a utilização por Israel de "todos os meios necessários" contra o Irão "incluindo a utilização de força militar". ... "Damos permissão para que isto seja feito. Precisamos mostrar nosso apoio a Israel. Precisamos deixar de jogar jogos com este aliado crítico numa área tão difícil". (Ver Webster Tarpley, Fidel Castro Warns of Imminent Nuclear War; Admiral Mullen Threatens Iran; US-Israel Vs. Iran-Hezbollah Confrontation Builds On , Global Research, August 10, 2010)

Na prática, a legislação proposta é um "Sinal verde" mais para a Casa Branca e o Pentágono do que para Israel. Constitui uma autorização automática a uma guerra ao Irão patrocinada pelos EUA que utiliza Israel como uma plataforma de lançamento conveniente. Também serve como justificação para travar guerra tendo em vista defender Israel.

Neste contexto, Israel poderia realmente arranjar pretexto para travar guerra, em resposta a alegados ataques do Hamas ou do Hezbollah e/ou o disparar de hostilidades na fronteira de Israel com o Líbano. O crucial é que um "incidente" menor poderia ser utilizado para desencadear uma grande operação militar contra o Irão.

Como é bem conhecido dos planeadores militares estado-unidenses, Israel (e não os EUA) seria o primeiro alvo da retaliação militar do Irão. Falando em termos gerais, os israelenses seriam as vítimas das maquinações tanto de Washington como do seu próprio governo. É, por isso, absolutamente crucial que os israelenses se oponham vigorosamente a qualquer acção para atacar o Irão da parte do governo Netanyahu.

Guerra global: O papel do US Strategic Command (USSTRATCOM)

Operações militares globais são coordenadas a partir da sede do US Strategic Command (USSTRATCOM) na base da Força Aérea de Offutt, no Nebraska, em ligação como os comandos regionais dos comandos combatentes unificados (ex. (e.g.. US Central Command na Florida, o qual é responsável pela região Médio Oriente-Ásia Central, ver mapa abaixo) bem como unidades de comando da coligação em Israel, Turquia e Golfo Pérsico e na base militar de Diego Garcia no Oceano Índico. O planeamento e a decisão militar feita ao nível de país por aliados individuais dos EUA-NATO bem como "países parceiros" é integrado dentro de uma concepção militar global incluindo o armamento do espaço.

Sob o seu novo mandato, o USSTRATCOM tem a responsabilidade de "supervisionar um plano de ataque global" consistindo tanto de armas convencionais como nucleares. Em jargão militar, está destinado a desempenhar o papel de "um integrador global encarregado de missões de Operações no Espaço, Operações de Informação; Defesa Míssil Integrada; Comando Global & Controle; Inteligência, Vigilância e Reconhecimento; Ataque Global e Dissuasão Estratégia..."

As responsabilidades do USSTRATCOM incluem: "conduzir, planear & executar operações de dissuasão estratégica" a um nível global, "sincronizando planos globais de defesa míssil e operações", "sincronizar planos de combate regional", etc. O USSTRATCOM é a agência condutora na coordenação da guerra moderna.

Em Janeiro de 2005, no início dos preparativos militares contra o Irão, o USSTRATCOM era identificado como "o principal Comando Combatente para integração e sincronização dos vastos esforços do DoD no combate a armas de destruição em massa". (Michel Chossudovsky, Nuclear War against Iran , Global Research, January 3, 2006).

O que isto significa é que a coordenação de um ataque em grande escala ao Irão, incluindo os vários cenários de escalada e para além na região mais vasta do Médio Oriente-Ásia Central, seria coordenado pelo USSTRATCOM.

Armas nucleares tácticas contra o Irão

Como confirmado por documentos militares bem como por declarações oficiais, tanto os EUA como Israel contemplam a utilização de armas nucleares contra o Irão. Em 2006, U.S. Strategic Command (USSTRATCOM) anunciou que havia alcançado capacidade operacional para atingir alvos rapidamente em todo o global utilizando armas nucleares ou convencionais. Este anúncio foi feito após a condução de simulações militares relativas a um ataque nuclear dos EUA contra um país fictício. (David Ruppe, Preemptive Nuclear War in a State of Readiness: U.S. Command Declares Global Strike Capability , Global Security Newswire, December 2, 2005)

Continuidade em relação à era Bush-Cheney: o presidente Obama endossou amplamente a doutrina da utilização antecipativa de armas nucleares formulado pela administração anterior. Sob a 2010 Nuclear Posture Review, a administração Obama confirmou "que está reservando o direito de utilizar armas nucleares contra o Irão" pelo seu não cumprimento de exigências dos EUA respeitantes ao seu alegado (não existente) programa de armas nucleares. ( U.S. Nuclear Option on Iran Linked to Israeli Attack Threat - IPS ipsnews.net, April 23, 2010). A administração Obama também confidenciou que utilizaria ogivas nucleares no caso de uma resposta iranina a um ataque israelense ao Irão. (Ibid). Israel também concebeu o seus próprios "planos secretos" para bombardear o Irão com armas nucleares tácticas:

"Comandantes militares israelenses acreditam que ataques convencionais podem já não ser suficientes para aniquilar instalações de enriquecimento cada vez mais bem defendidas. Várias foram construídas debaixo de pelo menos 70 pés [21,3 m] de betão e rocha. Contudo, os destruidores de bunkers (bunker-busters) nucleares seriam utilizados só se um ataque convencional fosse descartado e se os Estados declinassem intervir, disseram fontes senior". (Revealed: Israel plans nuclear strike on Iran - Times Online, January 7, 2007)

Declarações de Obama sobre a utilização de armas nucleares contra o Irão e a Coreia do Norte são consistentes com a doutrina estado-unidense das armas nucleares pós 11/Set, a qual permite a utilização de armas nucleares tácticas no teatro de guerra convencional.

Através de uma campanha de propaganda que contou com o apoio de cientistas nucleares "abalizados", as mini-ogivas nucleares são apresentadas como um instrumento de paz, nomeadamente um meio de combater "terrorismo islâmico" e de instalar "democracia" estilo ocidental no Irão. As ogivas de baixo rendimento (low-yield) foram limpas para "utilização no campo de batalha". Elas são destinadas a serem utilizadas contra o Irão e a Síria na etapa seguinte da "guerra ao terrorismo" da América juntamente com armas convencionais.

"Responsáveis da administração argumentam que armas nucleares de baixo rendimento são necessárias como um dissuasor crível contra estados vilões [Irão, Síria, Coreia do Norte]. A sua lógica é que as armas nucleares existentes são demasiado destrutivas para serem utilizadas excepto numa guerra nuclear em plena escala. Os inimigos potenciais percebem isto, portanto não consideram crível a ameaça da retaliação nuclear. Contudo, armas nucleares de baixo rendimento são menos destrutivas, portanto podem serem utilizadas de modo concebível. Isto as tornaria mais efectivas como um dissuasor". (Opponents Surprised By Elimination of Nuke Research Funds Defense News November 29, 2004)

As armas nucleares preferenciais a serem utilizadas contra o Irão são armas nucleares tácticas (Made in America), nomeadamente bombas destruidoras de bunkers com ogivas nucleares (ex. B61.11), com uma capacidade explosiva entre um terço a seis vezes uma bomba de Hiroshima. A B61-11 é a "versão nuclear" da BLU 113 "convencional" ou da Guided Bomb Unit GBU-28. Ela pode ser entregue do mesmo modo como a bomba convencional destruidora de bunkers. (Ver Michel Chossudovsky, http://www.globalresearch.ca/articles/CHO112C.html , ver também http://www.thebulletin.org/article_nn.php?art_ofn=jf03norris ) . Se bem que os EUA não contemplem a utilização de armas termonucleares estratégicas contra o Irão, o arsenal nuclear de Israel é em grande medida composto de bombas termonucleares as quais estão de prontidão e poderia ser utilizada numa guerra com o Irão. Através do sistema míssil Jericó III de Israel, com um raio de 4800 a 6500 km, todo o Irão estaria dentro do seu alcance.

Precipitação radioactiva

A questão da precipitação radioactiva e da contaminação, se bem que displicentemente ignorada pelos analistas militares dos EUA-NATO, seria devastadora, afectando potencialmente uma grande área do Médio Oriente em sentido amplo (incluindo Israel) e da Ásia Central.

Numa lógica absolutamente enviesada, armas nucleares são apresentadas como um meio de construir paz e impedir "danos colaterais". As armas nucleares não existentes do Irão são uma ameaça à segurança global, ao passo que aquelas dos EUA e Israel são instrumentos de paz "inócuas para a população civil circundante".

A "mãe de todas as bombas" (Mother of All Bombs, MOAB) destinada a ser usada contra o Irão

MOAB: screen shots of test: explosion and mushroom cloud. De significado militar dentro do arsenal de armas convencionais dos EUA está a "arma monstro" de 21500 libras [9.752 kg] alcunhada a "mãe de todas as bombas". A GBU-43/B ou Massive Ordnance Air Blast bomb (MOAB) é classificada "como a mais poderosa arma não nuclear alguma vez concebida" com o maior rendimento do arsenal de armas convencionais dos EUA. A MOAB estava em progresso em Março de 2003 antes de ser levada ao teatro de guerra do Iraque. Segundo fontes militares dos EUA, a Joint Chiefs of Staff aconselhou o governo de Saddam Hussein antes do lançamento da guerra do potencial de devastação da MOAB e que a "mãe de todas as bombas" era considerada para ser usada contra o Iraque. (Houve informações não confirmadas de que foi utilizada no Iraque).

O Departamento da Defesa dos EUA confirmou que tenciona utilizar a "Mãe de todas as bombas" (MOAB) contra o Irão, destacando o facto de que a MOAB "é o ideal para atingir instalações nucleares profundamente enterradas como Natanz ou Qom no Irão" (Jonathan Karl, Is the U.S. Preparing to Bomb Iran? ABC News, October 9, 2009). A verdade é que a MOAB, dada a sua capacidade explosiva, resultaria em baixas civis extremamente vastas. É uma "máquina de matar" convencional com uma nuvem em cogumelo de tipo nuclear.

A encomenda de quatro MOABs foi adjudicada em Outubro de 2009 ao pesado custo de US$58,4 milhões (US$14,6 milhões por cada bomba). Este montante inclui os custos de desenvolvimento e teste bem como a integração das bombas MOAB nos bombardeiros furtivos B-2. (Ibid). Esta encomenda está ligada directamente aos preparativos de guerra em relação ao Irão. A notificação estava contida num "memorando de reprogramação" de 93 páginas, o qual incluía as seguintes instruções:

"O Departamento tem uma Necessidade Operacional Urgente (Urgent Operational Need. UON) quanto à capacidade de ataque a objectivos duros e profundamente enterrados em ambientes de grande ameaça. A MOP [Mother of All Bombs] é a arma preferencial para atender às exigência da UON". Ali mais uma vez se declara que o pedido é endossado pelo Comando do Pacífico (o qual tem responsabilidade sobre a Coreia do Norte) e o Comando Central (o qual tem responsabilidade sobre o Irão)". (ABC News, op cit, emphasis added). Para consultar o pedido de reprogramação (pdf) clique aqui .

O Pentágono está a planear um processo de destruição extensiva da infraestrutura do Irão e de baixas civis em massa através da utilização combinada de ogivas nucleares tácticas e bombas convencionais monstras com nuvem em cogumelo, incluindo a MOAB e a maior GBU-57ª/B ou Massive Ordnance Penetrator (MOP).

O MOP é descrito como "uma poderosa nova bomba destinada directamente a instalações nucleares subterrâneas do Irão e da Coreia do Norte. A bomba gargantuesca — mais longa do que 11 pessoas de pé ombro a ombro [ver imagem] ou mais de 20 pés [6,1 m] desde a base até a ponta" (Ver Edwin Black, "Super Bunker-Buster Bombs Fast-Tracked for Possible Use Against Iran and North Korea Nuclear Programs" , Cutting Edge, September 21 2009)

Estado da arte do armamento: "A guerra tornada possível através de novas tecnologias"

O processo de tomada de decisão militar em relação ao Irão é apoiado pela Guerra das Estrela, a militarização do espaço externo e a revolução em comunicações e sistemas de informação. Dados os avanços em tecnologia militar e no desenvolvimento de novos sistemas de armas, um ataque ao Irão podia ser significativamente diferente em termos de composição de sistemas de armas, em comparação com a blitzkrieg de Março de 2003 contra o Iraque. A operação Irão está destinada a utilizar os mais avançados sistemas de armas nos seus ataques aéreos. Com toda a probabilidade, novos sistemas de armas serão testados.

O documento do 2000 Project of the New American Century (PNAC) intitulado Rebuilding American Defenses, delineava o mandato dos militares estado-unidenses em termos de teatros de guerra em grande escala, a serem travadas simultaneamente em diferentes regiões do mundo:

"Combater e vencer decisivamente em teatros de guerra múltiplos e simultâneos".

Esta formulação é equivalente a uma guerra global de conquista por uma única superpotência imperial. O documento do PNAC também apelava à transformação das forças dos EUA para explorar a "revolução em assuntos militares", nomeadamente a implementação da "guerra tornada possível através de novas tecnologias". (Ver Project for a New American Century, Rebuilding Americas Defenses , Washington DC, September 2000, pdf). Esta última consiste em desenvolver e aperfeiçoar um estado da arte da máquina de matar global baseado num arsenal de armamento novo refinado, o qual finalmente substituiria os paradigmas existentes.

"Portanto, pode-se prever que o processo de transformação será de facto um processo em duas etapas: primeiro de transição, a seguir de transformação mais completa. O ponto de ruptura virá quando uma preponderância de novos sistemas de armas começar a entrar em serviço, talvez quando, por exemplo, veículos aéreos não manejados começarem a ser tão numerosos quanto aviões manejados. A este respeito, o Pentágono deveria ser muito cuidadoso ao fazer grandes investimentos em novos programas – tanques, aviões, aviões de carreira, por exemplo – que comprometeria as forças dos EUA aos actuais paradigmas de guerra durante muitas décadas futuras. (Ibid, ênfase acrescentada)

Ao guerra ao Irão podia na verdade marcar esta ruptura crucial, com novos sistemas de armas baseados no espaço a serem aplicados tendo em visto incapacitar um inimigo que tem capacidades militares convencionais significativa, incluindo mais de meio milhão de forças terrestres.

Armas electromagnéticas

Poderiam ser utilizadas armas electromagnéticas para desestabilizar os sistemas de comunicações do Irão, impossibilitar a produção de electricidade, minar e desestabilizar comandos e controle, infraestrutura do governo, transportes, energia, etc. Dentro da mesma família de armas, técnicas de modificações ambientais (environmental modifications techniques, ENMOD) (guerra meteorológica) desenvolvidas sob o programa HAARP também podiam ser aplicadas. (Ver Michel Chossudovsky, "Owning the Weather" for Military Use" , Global Research, September 27, 2004). Estes sistemas de armas estão plenamente operacionais. Neste contexto, o documento AF2025 da US Air Force reconhece explicitamente as aplicações militares das tecnologias de modificações meteorológicas:

"A modificação meteorológica tornar-se-á parte da segurança interna e internacional e poderia ser efectuada unilateralmente... Ela podia ter aplicações ofensivas e defensivas e ser utilizada mesmo para objectivos de dissuasão. A capacidade para gerar precipitação, fog e tempestades sobre a terra ou modificar o tempo no espaço, melhorar comunicações através de modificação ionosférica (a utilização de espelho ionosféricos) e a produção de tempo artificial fazem parte de um conjunto integrado de tecnologias que podem proporcionar melhoria substancial nos EUA ou degradar capacidade num adversário, para alcançar consciência, alcance poder globais". ( Air Force 2025 Final Report , Ver també US Air Force: Weather as a Force Multiplier: Owning the Weather in 2025 , AF2025 v3c15-1 | Weather as a Force Multiplier: Owning... | (Ch 1) em www.fas.org ).

Radiação electromagnética que permite "deterioração da saúde remota" também pode ser encarada no teatro de guerra. (Ver Mojmir Babacek, Electromagnetic and Informational Weapons :, Global Research, August 6, 2004). Por sua vez, novas utilizações armas biológicas pelos militares dos EUA também podem ser encaradas tal como sugerido pelo PNAC: "Formas avançadas de guerra biológica que podem "alvejar" genótipos específicos podem retirar a guerra biológica do âmbito do terror e transformá-la numa ferramenta politicamente utilizável" (PNAC, op cit., p. 60).

Capacidades militares do Irão: Mísseis de médio e longo alcance

Range of Iran's Shahab Missiles. Copyright Washington Post.

O Irão tem capacidades militares avançados, incluindo mísseis de médio e longo alcance capazes de atingir alvos em Israel e nos Estados do Golfo. Daí a ênfase da aliança EUA-NATO-Israel na utilização de armas nucleares, as quais estão destinadas a serem utilizadas tanto antecipativamente como em resposta a um ataque de mísseis retaliatório do Irão.

Em Novembro de 2006, testes iranianos de dois mísseis de superfície foram marcados pelo planeamento preciso numa operação cuidadosamente encenada. Segundo um perito americano de mísseis (citado pela Debka), "os iranianos demonstraram tecnologia de lançamento de mísseis actualizada, a qual o Ocidente não sabia que possuíam". (Ver Michel Chossudovsky, Iran's "Power of Deterrence" Global Research, November 5, 2006) Israel reconheceu que com "o Sheab-3, cujos 2000 km de alcance abrangem Israel, o Médio Oriente a Europa estão ao seu alcance" (Debka, November 5, 2006)

Segundo Uzi Rubin, antigo chefe do programa de mísseis anti-balísticos de Israel, "a intensidade do exercício militar foi sem precedentes... Ele estava destinado da fazer impressão – e fez impressão". ( www.cnsnews.com 3 November 2006)

Os exercícios 2006, se bem que criando um conflito politico nos EUA e em Israel, não modificou a resolução dos EUA-NATO de travar guerra contra o Irão.

Teerão confirmou em várias declarações que responderá se for atacado. Israel seria o objecto imediato de ataques iranianos de mísseis como confirmado pelo governo iraniano. A questão do sistema de defesa aérea de Israel é portanto crucial. Instalações estado-unidenses e aliadas nos estados do Golfo, Turquia, Arábia Saudita, Afeganistão e Iraque também poderiam ser alvejadas pelo Irão.

Forças terrestres do Irão

Apesar de o Irão estar cercado por bases militares dos EUA e aliados, a República Islâmica tem capacidades militares significativas. (Ver mapas) O que é importante reconhecer é a dimensão absoluta das forças iranianas em termos de pessoas (exército, marinha, força aérea) em comparação com as forças dos EUA e NATO no Afeganistão e no Iraque.

Confrontadas com uma insurgência bem organizada, as forças da coligação já estão demasiado esticadas tanto no Afeganistão como no Iraque. Será que estas forças seriam capazes de aguentar se forças iranianas entrassem nos campos de batalha existentes no Iraque e no Afeganistão? O potencial do movimento da Resistência à ocupação dos EUA e aliados inevitavelmente seria afectado.

As forças iranianas são da ordem do 700 mil soldados dos quais 130 mil são profissionais, 220 mil são conscritos e 350 mil são reservistas. (Ver Islamic Republic of Iran Army - Wikipedia ). Há 18 mil homens na Marinha do Irão e 52 mil na força aérea. Segundo o International Institute for Strategic Studies, "os Guardas Revolucionários têm uma estimativa de 125 mil homens em cinco ramos: A sua própria Marinha, Força Aérea e Forças Terrestres, além da Quds Force (Forças Especiais)". De acordo com o CISS, a força paramilitar de voluntários Basij do Irão, controlada pelos Guardas Revolucionários, "têm uma estimativa de 90 mil membros uniformizados em serviço activos e a tempo inteiro, 300 mil reservistas e um total de 11 milhões de homens que podem ser mobilizados se for necessário" ( Armed Forces of the Islamic Republic of Iran - Wikipedia ). Por outras palavras, o Irão pode mobilizar mais de meio milhão de tropas regulares e vários milhões de milícia. As suas forças especiais Quds já estão a operar no interior do Iraque.

Instalações militares dos EUA e aliados cercando o Irão

Durante vários anos o irão tem conduzido os seus próprios treinos e exercícios. Seus mísseis intermediários e de longo alcance estão plenamente operacionais. Os militares do Irão estão em estado de prontidão. Concentrações de tropa iraniana estão actualmente a poucos quilómetros da fronteira iraquiana e da afegã e na proximidade do Kuwait. A Marinha iraniana está instalada no Golfo Pérsico na proximidade de instalações militares dos EUA e aliados nos Emirados Árabes Unidos.

Vale a pena notar que em resposta ao fortalecimento militar do Irão, os EUA têm estado a transferir grandes quantidades de armas aos seus aliados não-NATO no Golfo Pérsico, incluindo o Kuwait e a Arábia Saudita.

Se bem que as armas avançadas do Irão não se comparem àquelas dos EUA e da NATO, as forças iranianas estariam em condições de infligir perdas substanciais às forças da coligação num teatro de guerra convencional, sobre o terreno do Iraque ou do Afeganistão. Em Dezembro de 2009 tropas terrestres e tanques iranianos cruzaram a fronteira para dentro do Iraque sem serem confrontadas ou desafiadas pelas forças militares e ocuparam um território disputado no campo petrolífero no Maysan Leste.

Mesmo no caso de uma blitzkrieg efectiva, que alveje instalações militares do Irão, seus sistemas de comunicações, etc através de bombardeamento aéreo maciço, utilizando mísseis de cruzeiro, bombas convencionais destruidoras de bunkers e armas nucleares tácticas, uma guerra com o Irão, uma vez iniciada, podia finalmente levar a uma guerra no terreno. Isto é algo que os planeadores militares dos EUA sem dúvida contemplaram nos seus cenários de guerra simulados.

Uma operação desta natureza resultaria em baixas militares e civis significativas, particularmente se forem utilizadas armas nucleares.

O orçamento ampliado para a guerra no Afeganistão actualmente debatido no Congresso dos EUA também está destinado a ser utilizado na eventualidade de um ataque ao Irão.

Num cenário de escalada, tropas iranianas podiam cruzar a fronteira e entrar no Iraque e no Afeganistão.

Por sua vez, a escalada militar utilizando armas nucleares poderia conduzir-nos a um cenário de III Guerra Mundial, estendendo-se para além da região do Médio Oriente e Ásia Central.

Num sentido muito real, este projecto militar, o qual tem estado na mesa de desenho do Pentágono durante mais de cinco anos, ameaça o futuro da humanidade.

O nosso foco neste ensaio foi nos preparativos de guerra. O facto de que os preparativos de guerra estejam num estado avançado de prontidão não implica que estes planos de guerra serão executados.

A aliança EUA-NATO-Israel percebe que o inimigo tem capacidades significativas para responder e retaliar. Este factor em si mesmo tem sido crucial ao longo dos últimos cinco anos na decisão dos EUA e seus aliados de adiar um ataque ao Irão.

Outro factor crucial é a estrutura de alianças militares. Considerando que a NATO tornou-se uma força formidável, o Acordo de Cooperação de Shangai (SCO), constituído por uma aliança entre a Rússia, a China e um certo número de antigas repúblicas soviéticas, foi significativamente enfraquecido.

As ameaças militares contínuas dos EUA contra a China e a Rússia estão destinadas a enfraquecer o SCO e desencorajar qualquer forma de acção militar da parte de aliados do Irão no caso de um ataque US-NATO-israelense.

O que são as forças contrabalançadoras que podem impedir esta guerra de verificar-se? Há numerosas forças em andamento dentro do aparelho de estado e do Congresso dos EUA, do Pentágono e da NATO.

A força central na prevenção de uma guerra vem em última análise da base da sociedade, exigindo vigorosas acções anti-guerra de centenas de milhões de pessoas por toda a terra, nacional e internacionalmente.

O povo deve mobilizar-se não só contra esta diabólica agenda militar, a autoridade do Estado e dos seus responsáveis também deve ser desafiada.

Esta guerra pode ser impedida se os povos vigorosamente confrontarem seus governos, pressionarem seus representantes eleitos, organizarem-se ao nível local em cidades, aldeia e municípios, difundirem a palavra, informar seus concidadãos quanto às implicações de uma guerra nuclear, iniciarem debates e discussões dentro das forças armadas.

Manifestações de massa e protestos anti-guerra não são suficientes. O que é necessário é o desenvolvimento de uma rede vasta e bem organizada a partir da base que desafie as estruturas de poder e a autoridade.

O que é necessário um movimento de massa do povo que vigorosamente desafie a legitimidade da guerra, um movimento popular global que criminalize a guerra.
Nota do autor: Caros leitores do Global Research, por favor difundam este texto amplamente para amigos e familiares, em fóruns na Internet, nos lugares de trabalho, na sua vizinhança, nacional e internacionalmente, tendo em vista reverter a maré da guerra. Difundam!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Os Anjos (caídos) de Deus:Nomes e Obras de Satanás!






Lançou sobre eles o ardor da sua ira, furor, indignação, e angústia, mandando maus anjos contra eles. Salmos 78: 49.

Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; isto será a porção do seu copo. Salmo 11: 6

Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Salmos 91: 11

Bendizei ao SENHOR, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra. Salmos 103: 20

Faz dos seus anjos espíritos, dos seus ministros um fogo abrasador. Salmos 104: 4

Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos. Salmos 148:2

Há muitas fantasias e mitos criados por Hollywood envolvendo um mundo inventado pelos homens incrédulos, com mitos, fadas, extraterrestres, gnomos, hell boy, etc., que nada mais é do que a total rejeição à Palavra de Deus acerca dos anjos e demônios, céu e inferno, Cristo, Deus, Trindade, e a Soberania de Deus. As escrituras falam de seres espirituais poderosos e invisíveis, numa dimensão espiritual fora do nosso mundo físico. A terra é um subdomínio, uma parte deste mundo invisível. O que a Bíblia nos ensina é que a vida eterna é o assunto principal que domina este mundo espiritual. Ele se resume entre criaturas caídas, que trabalham para aquele que tinha o império da morte, isto é, Satanás, e os anjos que estão a serviço dos eleitos de Deus. Neste conflito, o tema principal é o destino da raça humana. Apocalipse. 6: 2; II Cor 10: 4; Efésios 6: 12. As armas utilizadas não são carnais, e nem se trata de uma luta eminentemente física. No entanto, a Besta que sobe do abismo fará guerra contra os santos, (Apocalipse 13), então veremos perseguição e aflição, as quais Jesus descreveu assim: “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver” (Mateus 24: 21).

Os anjos, tanto bons quantos maus, estão envolvidos nesta batalha espiritual, assim como toda a raça humana. I Cor. 4: 9; Efésios 3: 9-11; Col . 3: 15; Lucas 15: 7; Hebreus 2: 5 (o mundo vindouro não estará sujeito aos anjos, mas hoje está, pois Adão perdeu este direito, e Satanás se assenhoreou deste mundo, por isso é o príncipe deste mundo, mostrou e ofereceu a Cristo os reinos deste mundo e sua glória (Mateus 4: 1-11). Os anjos estão intimamente envolvidos nos processos físicos que se desencadeiam aqui na terra, vemos isso em Apocalipse 13: 4 e 13 (fogo), 8: 7 (granizo), 8:10 (meteorito), 16: 8 (processos nucleares de produção de energia em nosso sistema solar), II Samuel 24: 15-16, setenta mil (70.000) homens mortos por uma pestilência causada por um anjo. Cento e oitenta e cinco mil (185.000) soldados assírios mortos pelo anjo do Senhor (Isaías 37: 36).

Nomes de Satanás:

Inimigo, adversário, maligno, belial, apolion, belzebu, príncipe dos demônios, a antiga serpente, homicida, pai da mentira, enganador, príncipe deste mundo, anjo do abismo, acusador dos irmãos, maligno, homem forte e armado. Cristo se refere a ele em termos militares, homem muito forte e armado. Ele tem anos de experiência nessa luta psicológica. Não há motivo algum para ficarmos assustados, com medo, pois a sua guerra é basicamente psicológica.

Seus nomes genéricos são importantes.

Anjo = mensageiro

Demônio = 69 vezes no Velho e no Novo Testamento

Satanás = inimigo, acusador, adversário

No Novo Testamento:

Diabo = 35 vezes

Satanás = 52 vezes

19 livros do NT utilizam estes termos.

Todos os anjos foram criados (Gênesis 1: 2-3) e um terço deles caíram (Ezequiel 28: 1-19, o rei de Tiro é uma figura da pessoa e queda de satanás, assim como o rei de Babilônia, Isaías 14: 1-17).

O leviatã, no livro de Jó, tem características não compatíveis com qualquer outro animal, assim como a descrição de satanás em Ezequiel 28 e I Timóteo 3: 6 nos mostram o motivo de sua queda (Prov. 16: 18). Os querubins cobriam a arca (anjo cobridor) e são responsáveis pelo louvor no céu (Ezequiel 28: 13).

Estrela da manhã = Portador de Luz = Anjo de luz (assim apareceu e enganou a Adão e Eva.

Satanás = Aborrecedor = Aborrece a Deus e aos homens. Ele está cheio de ódio, malícia e desprezo contra tudo o que é santo, puro, justo, amável. Vemos isso na forma como Jesus foi tratado, ou seja, desprezado, esbofeteado, chicoteado, cuspido, ridicularizado, e finalmente crucificado. É adversário e inimigo dos salvos, por isso muitos foram mortos, apedrejados, expulsos, torturados, abusados, queimados vivos e etc.

Diabo = representado pelo cabrito= um dos animais mais baixos.

Acusador = (Apocalipse 12: 10 - Tiago 3: 6 “a língua inflamada pelo inferno”)

Príncipe da potestade do ar = Efésios 2 e 6

Refere-se ao fato de que satanás tem certo controle sobre a natureza - Jó 1: 16 e 19, controlando os ventos, e por meio deles o próprio clima (Apocalipse 7- quarto anjos controlando os quatro ventos, Apocalipse 13: 13 – O falso profeta enviado pelo dragão faz descer fogo do céu).

Também se refere a hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais, ou seja, os anjos que ocupam os lugares celestiais, exército de anjos e todo aspecto religioso que envolve este assunto, por exemplo, horóscopo, zodíaco. Este é um assunto antigo, introduzido pelos anjos caídos do mundo pré-diluviano e propagado por Ninrode, na Torre de Babel – Gênesis 11 - (não para alcançar o céu, mas para guiar suas vidas através da astrologia, zodíaco, etc.), alastrando-se através dos povos pagãos e idólatras que eram adoradores do sol, lua, estrela e todo o exército dos céus, e nada mais é do que a adoração ao diabo. (Atos 7: 42-43; II Crônicas 11: 14-15; Jeremias 19: 13; II Reis 23: 5; Jeremias 44: 17-23).

Príncipe deste mundo (João 14: 30; 16: 11; II Coríntios 4: 4). Satanás se apoderou deste mundo, enganando o homem e tomando o que lhe pertencia.

Abadon e Apolion – Apocalipse 9: 11 = destruição e perdição, ou seja, o propósito do Diabo (João 10: 10). Aquele que constantemente destrói, pondo a perder tudo o que é bom, amável, justo, moral, verdadeiro, toda a fé, santos, igrejas.

As obras de Satanás:

Jó 1: 12 e Lucas 22: 31– Satanás é obrigado a pedir permissão. Não pode fazer nada, possuir, cirandar, causar dano, sem ser autorizado por Deus. (Apocalipse 12: 12; I Pedro 5: 8). Ele pode influenciar a mente, mas não pode lê-la, pode cegar o entendimento, retirar a semente semeada no coração, levar cativo através da sua vontade. A expressão mais alta deste texto, ou seja, o êxito maior que satanás pode alcançar é a possessão demoníaca.

I Coríntios 10: 20 – Todos os não convertidos, pagãos e adoradores dos falsos deuses, são adoradores do diabo.

1- Ele engana “todo o mundo”.

2- Oferece resistência ao evangelismo (I Coríntios 16: 9; I Tessalonicenses 2: 18)

3- Faz guerra aos santos – Há uma hierarquia de demônios (Apocalipse 12).

4- Propaga a Heresia – Judas, Demas. I Timóteo 5: 15; II Timóteo 4: 10

5- Tenta os eleitos – Ananias e Safira – Atos 5

6- Ataca aos eleitos, física e psicologicamente – II Coríntios 12- “Mensageiro de satanás”.

Não devemos temê-lo, mas para isso precisamos estar preparados e vestidos com toda a armadura de Deus. Mateus 17: 21 – Efésios 6: 10-19.

Erros comuns ao lidar com este tema.

1- A Palavra de Deus é a única fonte verídica sobre este tema – II Timóteo 3: 16-17. Temos nas Escrituras tudo o que devemos saber, e o que é necessário. Não há um estudo sistemático, nem mesmo detalhado, mas tudo o que precisamos saber, Deus nos revelou em Sua Palavra. Filmes, experiências, contos (fantasmas, espíritos), tradições, especulações, e idéias carismáticas, tais como livros ou relatos e experiências de exorcismos (conversas com o diabo) são fontes no mínimo duvidosas, para não dizer; diabólicas. Isaías 8: 19-20.

Colossenses 2: 18: Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão.

2- Passam a idéia de que o inferno não existe, não há sofrimento ou castigo após a morte.

Cristo não gastou tempo dialogando com os demônios, antes, os fazia calar! (Marcos 1: 23-25; Lucas 8: 26-33).

“A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira!” II Tessalonicenses 2:9

Deveríamos nos perguntar que tipo de conhecimento Satanás revela de si mesmo já que ele é o “Pai da mentira”. (João 8: 44)

3- O diabo não é Onipresente, Onipotente, e nem mesmo Onisciente.

Apocalipse 12: 1-9 – Ele foi lançado fora, foi precipitado! A maioria das igrejas carismáticas atribui estes atributos ao diabo. Nenhuma criatura possui estes atributos. Jó 1: 6-7 – E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles.

Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela.

Por isso há uma hierarquia de exércitos, legiões, principados, potestades e etc. Ele depende dos seus emissários, seus anjos e desta hierarquia toda. O futuro lhe é desconhecido. Ele tenta se antecipar, ou antecipar as coisas, tentando adivinhar, assim como os astrólogos, feiticeiros, e falsos profetas. Deuteronômio 18: 18-22. Ele parece ser um gênio, mas só trabalha com informações previamente obtidas. Atos 16: 16 nos mostra uma mulher que tinha um espírito de adivinhação, e este lhe ajudava a fazer prognósticos, mas como sempre, falham, pois se sabiam que seriam expulsos, por que não a levaram para outro lugar? O diabo trabalha com informantes, assim como qualquer setor de “inteligência” de qualquer país, pois ele é astuto (II Coríntios 11: 3), mas há muitas coisas que ele não pode saber de antemão, e por isso falha. Em Isaías 42: 8-9, 46: 9, e 48: 3-5 Deus se mostra como o Único que pode saber o futuro, e desafia os falsos deuses a fazer o mesmo. Em Daniel 2: 1-2, 4, 10, 12; 27-28 vemos que o diabo não pôde ler os pensamentos do rei e por isso os astrólogos ficaram sem resposta.

Somente Cristo pode saber o futuro e ler os pensamentos (Mateus 9: 4; 12: 25: Marcos 2: 6-9; Lucas 6: 8; 11: 17).

Vemos em I Coríntios 2: 11-12, que somente o Espírito Santo sabe o que o que se passa no coração do homem. Por isso, a maior parte daquilo que o diabo sabe, é ou foi obtido através da observação. Por isso ele precisa de um exército de demônios bem organizado. Ele é uma criatura e não possui os atributos divinos (Romanos 2: 16; I Cor. 4: 5).

O diabo não é Onipotente. Todo poder que ele tem é outorgado, emprestado, e limitado. Todos os textos bíblicos ensinam desta maneira. No livro de Apocalipse, capítulo 13, lemos que lhe foi dado poder, grande poderio, lhe foi permitido, assim como em Jó capítulo 1, verso 12, nos é dito que ele não poderia estender a sua mão e tirar a vida de Jó. Em Lucas 22: 31 nos é dito que Satanás esteve pedindo constantemente para cirandar, peneirar, tentar a Pedro.

Em Lucas 4: 6 lemos: E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.

4- Não devemos cair no erro de crer no dualismo (lado a lado). Crer que Satanás seja igual, ou praticamente igual a Deus. É elevar o diabo ao nível de Deus, e baixar Deus ao nível do poder do diabo. É crer que Deus vota a favor e o diabo contra, e há uma luta para ver quem sairá vencedor. É um erro comum entre os carismáticos modernos. O diabo está envolvido em tudo, nas doenças, na política, nos esportes, nos problemas financeiros, e até mesmo dentro de algum cômodo da casa trazendo maus fluídos. (I Pedro 3: 22 – Hierarquia de anjos estão sujeitos a Cristo, Efésios 1: 20-22 – Cristo acima de toda autoridade – Romanos 8: 38- Nem anjos, nem todo exército constituído pode nos separar do amor de Cristo – I João 4: 4 - Maior, mais forte, mais poderoso é o que está em vós. Tudo o que o Senhor quer fazer, Ele faz (Salmo 135: 6; Daniel 4: 35), porém Satanás, tem poder outorgado, emprestado, e limitado.

5- Muitos crêem que Satanás é a única fonte das suas próprias tentações, vícios, enfermidades, e fraquezas, por isso fazem cultos de libertação. Sabemos que há duas formas no grego para a palavra tentado, ou seja, provado e tentado (Tiago 1: 13-15). Aqui vemos que Deus não tenta ninguém, mas muitos crêem que pelo fato de sermos tentado pelo mal, satanás é o culpado de tudo. Entretanto, quando continuamos a ler o texto, que não menciona satanás, entendemos que somos tentados, atraídos e engodados pela nossa própria concupiscência. O processo que envolve a tentação é composto de três passos, são eles: Atração, Sedução, e Queda. Isso envolve a mente, emoções e desejos, e a vontade. O processo é o de arrastar os nossos pensamentos para o pecado. Se não tivéssemos desejos, paixões e vontade da carne, não seríamos seduzidos. Mesmo que satanás e seus anjos fossem presos e privados de agirem neste mundo, os seres humanos fariam exatamente o mesmo que tem feito até agora. No milênio satanás será preso, amarrado por mil anos, e quando solto, sairá a enganar os que habitam na terra, e terá grande sucesso. As nações estarão sendo regidas sob vara de ferro (Apocalipse 2: 27; 12: 5; 19: 15). As condições serão as melhores possíveis, com a direção e orientação da Palavra de Deus e dos crentes glorificados, mas a maioria escolherá a rebeldia (Isaías 30: 21-22; Isaías 35: 1-10). O nosso maior problema está na carne, em nosso velho homem. Sem nascermos de novo, sem conversão, não podemos lutar contra a carne e suas concupiscências. Temos que barrar este processo desde o início, lutando com a ajuda da Palavra de Deus, da oração, e nos afastando do pecado. É claro que satanás procurará entrar de alguma forma neste processo, pois não ignoramos os seus ardis (II Coríntios 2: 11), mas o venceremos ao resisti-lo e também ao resistir ao nosso velho homem (Efésios 6: 13; Hebreus 12: 4; Tiago 4: 7; I Pedro 5: 8-9). Não podemos dar oportunidade a ele, deixando alguma brecha para que satanás tire algum proveito (algum desejo, paixão, emoção descontrolada – Efésios 4: 25-28). Nossos inimigos são: A carne (nós mesmos, nossas próprias concupiscências), o Mundo (e as suas concupiscências) e o Diabo (com seus ardis e artimanhas que instigam a Carne). A única arma que satanás tem é o pecado. Pode ser de omissão, comissão (concessão) ou até mesmo de ignorância. Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem (Stratia=Um exército acampado) contra a alma (I Pedro 2: 11).

Jesus Falou: Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim (João 14: 30). Não encontra nada em minha natureza que possa fazer uso, usar a seu favor, nenhum pecado. Porém, não é assim conosco, pois ele faz uso das nossas concupiscências. A glutonaria, bebedice, maledicência, invejas, porfias, e etc.

Lucas 21:34 E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.

Romanos 13:13 Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja.

Gálatas 5:21 Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.

I Pedro 4:3 Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias;

É nossa responsabilidade vigiar e não dar lugar ao diabo! (Mateus 26:41; I Coríntios 15:34; I Coríntios 16:13; I Pedro 5:8).

Em algum sentido satanás e seus anjos tem poder sobre este mundo (Hebreus 2: 5). Este mundo, dentro dos limites estabelecidos pelos planos e propósitos de Deus, está sob domínio de satanás. Vemos isso em Lucas 4: 5-8, onde ele aparece tentando a Cristo e oferecendo os reinos deste mundo, poder, e glória.

Em I João 5: 19 lemos que este mundo está no maligno, ou seja, o mundo está sob o seu domínio e controle, manifestando-se a níveis físicos (possessões demoníacas) e espirituais (espírito de mentira I Reis 22: 22-23).

Ele opera nos filhos da desobediência - Efésios 2: 2 - Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

Ele, como já vimos, tem certo controle também a nível físico neste mundo. Pode controlar os ventos, o clima, fazer chover fogo do céu (Jó 1: 16-19 e Apocalipse 13: 13)

Há Uma Hierarquia de Demônios

Há uma hierarquia de demônios, uma estrutura organizacional como de uma empresa ou exército e podemos ver isso da seguinte maneira:

1- Pelo uso das palavras principados, potestades, os príncipes das trevas deste século, as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais em Efésios 6: 12. Principado, e poder, e potestade, e domínio em Efésios 1: 21. Anjos, e as autoridades, e as potências em I Pedro 3: 22. Porque nele (Cristo) foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Colossenses 1: 16. Isso nos mostra que há níveis de autoridade e poder.

2- Pelo uso da palavra Legião em Marcos 5: 9. Trata-se de um termo militar. No mundo Greco-Romano uma legião consistia de um número entre 3 a 6 mil homens. Em Mateus 26: 52-53 Cristo diz a Pedro: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?

3- A passagem de Daniel em que ele conversa com um anjo (Gabriel). Daniel 10: 12-13 e 20: Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. E ele disse: Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. Estes termos são usados para designar também os anjos caídos e que estavam por detrás dos reinos dos Persas e da Grécia, assim como Miguel é o arcanjo designado para proteger os Judeus. O que é importante não é o fato desses anjos serem designados a determinado povo, mas como eles atuam (hierarquia) e tem poder. E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. Apocalipse 16: 12.

4- Há graus de maldade, perversão e imundícia entre os anjos caídos.

E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má. Mateus 12: 43-45.

O demônio sai, e volta para aquela pessoa não convertida, tornando o seu estado muito pior. Ele pode deixar uma pessoa encurvada, sem dormir, violenta, e etc. (graus de perversão, maldade e imundícia). (Marcos 5: 1-8; 9: 17-27; Lucas 13: 11-13).

5- Eles participam e influenciam na história do mundo. Estão desempenhando um papel na história humana, a nível global e pessoal. Desastres naturais, acelerar processos naturais, imitar e forjar milagres são alguns de seus trabalhos (anjos caídos).

Para mudar o aspecto deste caso foi que o teu servo Joabe fez isto; porém sábio é meu senhor, conforme à sabedoria de um anjo de Deus, para entender tudo o que há na terra. Eles trabalham buscando adquirir conhecimento, por isso tem seus observadores, e depois usam disto como Janes e Jambres usaram para enganar o Faraó, reproduzindo, rãs, piolhos, sangue. (II Timóteo 3: 8; Êxodo 7: 10-11, 20- 22; 8: 6-7, 16-18). Eles manipulam milagres pré-existentes, enquanto Cristo faz milagres da Criação. Em Lucas 22: 23 vemos um anjo aparecendo no jardim de Getsêmani a fim de fortalecer a Cristo, que estava praticamente entrando em estado de choque, pois seu suor continha sangue. Em João 5: 4, o paralítico (38 anos) de Betesda, e muitos outros enfermos esperavam que um anjo descesse e agitasse a água, para que curasse o primeiro que se jogasse no tanque. Jó foi atacado fisicamente (Elefantíase). Em II Coríntios 12 vemos que um mensageiro de satanás fora enviado para esbofetear a Paulo, causando-lhe um espinho na carne. Herodes morreu comido de bichos quando o anjo do Senhor o feriu (Atos 12: 21-23). Em I Coríntios 5: 5 vemos que o jovem acusado de incesto deveria ser entregue a satanás para destruição do corpo, da carne, ou seja, satanás recebera permissão para afligi-lo fisicamente. Devemos lembrar que satanás tem o império da morte, pois ele foi o primeiro pecador, e o primeiro tentador, trazendo consigo este império, que conduz o homem a morte, através do pecado (Hebreus 2: 14; Isaías 25: 8).

Vemos nos seguintes os anjos caídos atuando de diversas formas:

Em Mateus 9: 32-33 - o vemos causando mudez.

Em Mateus 12: 22 – Cegueira.

Em Lucas 8: 26-36 – Loucura

Em Lucas 13: 11-16 – Um espírito de enfermidade – 18 anos encurvada

Não sabemos e nem podemos ver quando estão atuando, porém sabemos que Deus está protegendo e agindo através dos anjos eleitos a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hebreus 1: 14).

Em Sodoma os homens são afligidos com cegueira pelos anjos enviados por Deus. (Gênesis 19: 11).Deus pode usar qualquer um dos seus anjos, tanto os eleitos quanto aos que caíram, com o fim de cumprir seus propósitos, e estão sob controle total de Deus, inclusive satanás.

6- Sua intervenção neste mundo inclui as guerras e campanhas militares.

E isso ocorre tanto com os anjos bons, quantos com os maus.

O rei da Síria queria lançar mão de Eliseu, pois este protegia o rei de Israel das suas emboscadas, revelando os passos dos Sírios. Então o rei da Síria enviou um exército para capturar Eliseu, e seu moço ficou amedrontado. Eliseu então pede que Deus abra os olhos do seu moço para que ele veja o exército que estava do seu lado (II Reis 6: 1-20). Em Apocalipse 9: 13-21 vemos o mesmo feito, quatro anjos saindo e ferindo de morte a terça parte dos homens. Em Apocalipse 16: 13-16 vemos os anjos congregando os homens para a grande batalha do Armagedom. (Salmo 58, 59, 69, são considerados Salmos de Guerra, onde Deus é invocado para proteger Seu povo). Muitos soldados em meio ao combate experimentam o poder sobrenatural, quer protegendo-os, ou derrotando-os. Acabe foi ferido por uma flecha atirada a esmo (I Reis 22: 34; II Reis 19: 32; Salmo 34: 7; 97: 10).

Os Demônios estão Intimamente Envolvidos nas Religiões Falsas

Os demônios estão intimamente envolvidos nas religiões falsas.

Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. I Coríntios 10: 21

Ao fazer tal declaração, Paulo estava se baseando no Velho Testamento, onde encontramos uma lista de versículos que corroboram esta afirmação.

Levítico 17: 7 - E nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, após os quais eles se prostituem; isto ser-lhes-á por estatuto perpétuo nas suas gerações.

Deuteronômio 32: 16-17 - Com deuses estranhos o provocaram a zelos; com abominações o irritaram. Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, aos quais não temeram vossos pais.

Salmo 106: 35-38 - Antes se misturaram com os gentios, e aprenderam as suas obras. E serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios, E derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas que sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue.

O apóstolo Paulo adverte aos irmãos da igreja de Corinto que os cultos dedicados aos deuses pagãos eram uma forma de adoração e serviço aos demônios. E essa verdade é reforçada no livro de Apocalipse ao mostrar que isso era feito através da idolatria.

Apocalipse 9: 20 E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.

Este é um assunto importante, pois vemos em II Coríntios 11: 13-15 que a tática principal do diabo é a de transfigurar-se em anjo de luz, como no jardim do Éden. Ele não somente se transfigura, mas os seus “ministros” também fazem o mesmo ao se passarem por ministros da justiça. Seria contraproducente para o diabo se mostrar tal como ele é, porém muitos acreditam que sua principal arma é se revelar assim, como nos casos das possessões demoníacas. Entretanto, notamos que ele se mostra bem diferente dos que muitos pensam. Na verdade, satanás se adapta à cultura e religião dos povos pagãos, para alguns o vudu, o espiritismo, e a macumbaria, não lhes assusta, para outros, ele o faz na forma mais culta, através da idolatria ou até mesmo do ateísmo. Nos assuntos religiosos é mais conveniente que ele se disfarce de anjo de luz. Assim, ele pode introduzir aquilo que Gálatas 1: 8 chama de outro evangelho, um evangelho diferente daquele baseado na graça de Cristo, sendo patrocinado por um anjo caído. Eles fazem o que vemos em I Timóteo 4: 1, ou seja, propagar doutrinas de demônios. Eles se infiltram nas igrejas com objetivo de promover tais doutrinas (apostasias), produzindo facções, divisões, e introduzindo heresias. Espíritos enganadores são demônios especialistas na Bíblia, eruditos na corrupção da doutrina verdadeira e em enganar aos ingênuos (Judas 1: 19; Mateus 7: 15; Atos 20: 29). O diabo entrou em duas das sete igrejas mencionadas no livro de Apocalipse, em Tiatira (Apocalipse 2: 18-24), através de uma mulher, ali representada como Jezabel, que se dizia profetiza e enganava à muitos dos membros daquela igreja com idolatria e prostituição espiritual. E também na igreja em Pérgamo, onde falsas doutrinas estavam sendo introduzidas no meio da membresia, a doutrina de Balaão, semelhante à de Jezabel (idolatria e prostituição espiritual), e a doutrina dos nicolaítas, que não passava de paganismo, impureza e corrupção espirituais. E em ambos os casos ele exercia domínio sobre estas igrejas através destes propagadores de heresias.

Os demônios estão envolvidos nos falsos milagres.

Mateus 24: 24 Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.

Mateus 24: 11 E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.

Apocalipse 16: 14 Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso.

II Tessalonicenses 2: 9-10 A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.

II Timóteo 3:8 E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé.

Mateus 7: 22-23 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.

A Possessão demoníaca, suas confusões e erros.

Primeiramente vamos fazer uma análise dos milagres realizados por Jesus. Em algumas ocasiões Cristo falava de seus milagres como se fossem parábolas, uma comparação entre o mundo material e o espiritual. (Mateus 13: 3, 13, e 15; - A conversão e cura, neste texto, trata-se da mesma coisa). Nem sempre o significado de uma parábola era algo evidente. Não devemos olhar para os milagres, as obras e ensinos de Cristo apenas como uma coisa exterior, sem um objetivo maior por detrás dos mesmos (Marcos 8: 18). Os próprios apóstolos tinham dificuldades em enxergar mais além, nas parábolas e milagres, daquilo que era simplesmente externo, óbvio. Quando lemos nas escrituras sobre algum caso de possessão demoníaca, ou milagre, pode haver ali mais de um sentido ou explicação. Cristo vinculava muitos dos seus milagres aos seus ensinos, ao evangelho, ou a Sua obra salvadora. Quando Ele disse: eu sou o pão da vida (João 6: 35), temos a multiplicação dos pães – Sou a luz do mundo (João 9: 5), ocorre a cura do homem cego – Sou a ressurreição e a vida (João 11: 25), logo vem a ressurreição de Lázaro. Tais milagres serviam como uma ilustração viva, gráfica, e sensível das verdades ensinadas acerca da divindade de Cristo.

Quando atentamos para aos milagres de cura, Cristo muitas vezes vinculava estes milagres à salvação dessas pessoas. Podemos ver isso através do uso das palavras: A tua fé te salvou

Mateus 9: 22 – A mulher com um fluxo de sangue há 12 anos.

Marcos 10: 52 - A cura do cego Bartimeu.

Lucas 10: 19 – (A cura dos dez leprosos).

Salvação física acompanhada da salvação espiritual.

Mateus 9: 2 – A cura de um paralítico (v.5 “Pois, qual é mais fácil? dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?”).

Mateus 9: 12 - Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. A doença que necessita de cura, aponta para a verdadeira necessidade das pessoas, ou seja, a cura de seus pecados. E o vínculo se encontra no verso seguinte, “v. 13- Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” O que sucede na esfera física é reflexo daquilo que ocorre espiritualmente. Todos os que não se consideram doentes, não procurarão o médico.

As enfermidades de qualquer tipo (lepra, surdez, cegueira, paralisia, e até mesmo a morte acompanhada de ressurreição), apontavam para a incapacidade das pessoas, assim como para a sua verdadeira condição, pois o fim delas era a morte. Enquanto os milagres de Cristo, que eram sobrenaturais, instantâneos, e completos, apontavam para o Seu poder de perdoar e regenerar. O pecado, que conduz o homem à morte, necessita de uma intervenção da parte de Deus, através da sua misericórdia e cura divinas.

Exorcismo Também Significava mais do que Muitos Vêem e Entendem

Exorcismo também significava mais do que muitos vêem e entendem.

Marcos 1: 27 - E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!

Mateus 12: 28 e 29 - Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Ou, como pode alguém entrar em casa do homem valente, e furtar os seus bens, se primeiro não maniatar o valente, saqueando então a sua casa?

Há duas realidades espirituais no milagre de exorcismo feito por Cristo:

1- A chegada do Reino de Deus

2- A Derrota do diabo

A enfermidade requer um milagre de cura, que verifica a verdadeira situação espiritual da pessoa.

Qual a verdadeira situação espiritual do homem? (Efésios 2: 2; I João 5: 19; João 8: 44; II Timóteo 2: 25 e 26)

Enfermos, mortos em delitos e pecados, dominados pelo diabo, filhos de satanás, completamente cegos em seus entendimentos, escravos voluntários de satanás, instrumentos para disseminar heresias.

Esta escravidão ao diabo (Romanos 6 – escravos libertos do pecado) é exatamente o que vemos em forma externa na realidade de uma pessoa possuída pelo demônio, era uma evidência externa do domínio que satanás exercia sobre esta pessoa, utilizando sua mente, seus membros, sua voz, etc. Numa perspectiva espiritual, todos os não convertidos tem feito um pacto com satanás, estão sob seu domínio, fazem sua vontade, estão no maligno (I João 5: 19). Portanto, para serem livres desta escravidão, das garras do diabo, elas necessitam do mesmo poder salvador e regenerador. O mesmo poder que cura um enfermo, expulsa satanás, é o mesmo que salva, regenera, e tira a pessoa do reino das trevas e a conduz para o reino da luz.

Mateus 9: 5 - “Pois, qual é mais fácil? dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?”

Para tratar com uma pessoa não convertida, ou com uma pessoa enferma, ou endemoninhada, o ponto é o mesmo, se requer o mesmo, a conversão, pois todos são escravos de satanás. É uma realidade da doutrina da depravação total e hereditária. Acaso pode uma pessoa possuída expulsar por si só o demônio, curar-se de qualquer enfermidade? Não há, na lista dos dons, o dom de expulsar demônios. Todos os exemplos bíblicos de exorcismo ocorrem no contexto do evangelismo, a proclamação do evangelho (Lucas 4: 41 – os Setenta; Atos 8: 7 – Felipe; Atos 16: 18; 26: 18 – Paulo). Quando uma pessoa é salva, é libertada do poder de satanás, da sua escravidão e trasladada ao reino de Deus (Colos 1: 16). Não importa se está doente ou não, se era possuída ou não, somente o poder do evangelho é que a pode resgatar. Em Atos 19: 13 vemos que alguns judeus, pretensamente exorcista, não puderam expulsar o demônio, pois tentaram fazer sem a proclamação do evangelho. Não há fórmula mágica para tratar com possessões demoníacas, a não ser a proclamação do evangelho, caso contrário, o efeito é pior. O único remédio é a pregação do evangelho e a intervenção do Espírito Santo, através da regeneração.

E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má. Mateus 12: 43-45.

Em Mateus 17: 14-21, os apóstolos não puderam expulsar aquele demônio, ou como diz o texto, curar aquele menino (v.18). Cristo os repreende por causa da pouca fé deles (depender totalmente do poder soberano de Deus). Eles deveriam confiar que somente pelo poder de Deus é que poderiam expulsá-lo. Ele é o único que pode fazer tal coisa, não são ritos, cerimônias, ou mesmo invenções e estratagemas humanos que podem livrar um homem das garras do diabo.

Em Marcos 9: 28 vemos que há graus (esta casta) de maldade e depravação entre os demônios caídos, assim como há graus de depravação e maldade entre os homens, chegando a níveis tão extremos de depravação, doenças e domínio total do diabo, como a possessão demoníaca (II Pedro 2: 12), por isso somente com oração e jejum é que os tais podem ser vencidos, ou seja, nosso preparo espiritual é um fator importante quando testificamos, oramos e pregamos o evangelho. Deve haver uma dependência total no que diz respeito ao poder de Deus, pois somente Ele é que pode salvar e regenerar tais pessoas. Há em certos casos que demonstram que somente através de uma dependência extraordinária de Deus é que podem ser resolvidos.

Os Casos reais de possessão demoníaca.

Hoje em dia, os casos reais de possessão demoníaca, que podem ser indiscutivelmente considerados, não são comuns. Primeiro porque não convém ao diabo, pois se apresentar como “anjo de luz” lhe é mais conveniente, a não ser naqueles países ou culturas aonde tal fenômeno não é de fato estranho ou assustador. Todos os não convertidos são seus servos ou escravos, e por isso ele não têm a necessidade de agir de forma contraproducente, tomando-os fisicamente. Eles o servem melhor sem este fenômeno.

Tanto hoje em dia, quanto no passado, Deus não permitia que satanás agisse sem o seu consentimento. Vemos que Deus tem restringido ao diabo quanto a este tipo de manifestação demoníaca na dispensação do evangelho, e não permitido tantos casos.

Os verdadeiros filhos de Deus não podem entrar em contato com uma pessoa endemoninhada sem que Deus o permita, pois isso não lhes ajudaria ou mesmo seria necessário. No Novo Testamento isso sempre ocorria no contexto do evangelismo.

Fenômenos característicos das pessoas endemoninhadas no Novo Testamento são as seguintes:

1. Poder Físico extraordinário (Lucas 8: 29)

2. Uma tendência à mutilação, autodestruição e suicídio (Marcos 9: 22) lançando-se no fogo, água (Mateus 17: 15).

3. Em todos os casos havia uma resistência fortíssima ao evangelho.

4. O corpo e a voz eram usados como instrumentos do diabo.

5. Algumas enfermidades aparentemente não tinham nenhuma causa física.

6. Enfermidade mental, múltiplas personalidades.

Quando ocorrem tais casos? Nem todos os que começam com o sexo ilícito terminam como sodomitas, com bebidas alcoólicas e terminam como bêbados, com drogas e terminam dependentes. Na maioria dos casos de possessão demoníaca há uma brecha, uma porta aberta, alguma disposição. Espiritismo, Vudu e Macumbaria, são algumas formas evidentes disso. Devemos lembrar que quando Jesus expulsou os demônios daquele(s) homem(s) na cidade dos Gadarenos, eles pediram permissão para entrarem nos porcos e não serem lançados no abismo (Lucas 8: 31-32). Portanto, se eles têm que pedir permissão para entrar em animais, muito mais nos seres humanos.

Será que um crente em Cristo, filho de Deus, nascido de novo, pode ser possuído pelo demônio? A resposta é NÃO!!!! Pois para que tal coisa ocorresse, o diabo teria que ser mais poderoso do que Deus, o Espírito Santo, e o Filho - Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo (I João 4: 4).

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir (Romanos 8: 38).

Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (I Cor. 6: 19).

Mas vós sois dele (Deus), em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção (I Cor. 1: 30).

Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca (I João 5: 18).

Até que ponto um Crente em Cristo pode ser oprimido, controlado ou “supostamente” escravizado por um demônio? Não se trata de possessão demoníaca, mas algo menor como um espírito de depressão, opressão. Hoje há muitos ministérios dirigidos a “cura e libertação” de “crentes” supostamente oprimidos, dominados e deprimidos por algum espírito. Tais ministérios estão totalmente equivocados, errados, torcendo o ensino das Escrituras no que diz respeito à doutrina de Deus, ensinando assim o dualismo.

Tanto Romanos 6 (vs. 14; 17; 18; 20; 22), quanto I João, ensinam que todo verdadeiro convertido já está liberto do poder, domínio e escravidão do pecado. Portanto, estes ministérios de libertação estão diretamente afrontando a doutrina da salvação, pois se tais pessoas ainda são dominadas pelo pecado, demonstram claramente que necessitam de conversão. Se satanás vai e vem, fazendo o que bem quer, significa que aquela casa foi varrida e adornada, mas Cristo nunca habitou nela (Mateus 12: 44). O que tais pessoas precisam não é de uma cerimônia de exorcismo, de cura ou libertação, aonde são ensinados que satanás é o culpado pelos seus pecados e ações, mas de ouvirem o evangelho e se arrependerem dos seus pecados, livrando-se assim do domínio que o pecado exerce sobre os seus corpos (Romanos 6: 6 e 17). Se somos guiados pela carne, então não somos convertidos (Romanos 8: 14). O verdadeiro salvo luta para mortificar a carne (Romanos 7, Rom. 6: 16) e vivificar a obra do Espírito (Colos. 3: 15). O pecado, o velho homem, a velha natureza, que ainda permanece no crente, é mortificada a cada dia, mas o crente já está limpo, regenerado (João 13: 10-11; 15: 3). O diabo pode ter lugar na vida do salvo quando este é desobediente, negligente, ou rebelde, caso contrário, somente por permissão de Deus, como no caso de Jó. (Efésios 4: 27 - Não deis lugar ao diabo - Tiago 4: 7 - Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós - I Cor. 10: 13 - Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar).

As Obras Mais Comuns do Diabo

As obras mais comuns do diabo, num sentido global, são as seguintes: antecipação e oposição, imitação e perversão.

Antecipação e Oposição – é o que vemos nas escrituras e na história (Gênesis 3: 15 – A perseguição à semente da mulher “Cristo”; Apocalipse 12, também aos remanescentes).

Podemos ver isso quando Caim mata Abel (Gên. 4: 8), quando os demônios tentaram contaminar geneticamente a raça humana (Gên. 6), quando Faraó tentou exterminar os meninos que nascessem (Êxodo 1: 12-17), quando tentou exterminar os Judeus (Ester), no tempo da encarnação de Jesus em que Herodes manda matar todos os meninos de até dois anos (Mateus 2: 13), no início do ministério de Cristo, tentando-O (Mateus 4), com o apóstolo Pedro, ao tentar impedir a Cristo de ir à Cruz (Mateus 16: 23), quando os apóstolos foram estorvados em seu trabalho (I Tess. 2: 18), durante a grande tribulação (Apoc. 11: 7).

Imitação de Deus e Perversão da verdade. Ele criará uma trindade satânica (Apoc. 20: 10), é o pai da mentira, e tem filhos obedientes (João 8: 44). Ele imita as coisas profundas de Deus (mistério da piedade – I Timóteo 3: 16) criando o mistério da impiedade (II Tess. 2: 7), opondo-se a verdade (II Tess. 2: 4), criou e cria igrejas falsas, sinagogas de satanás, para opor-se a igreja verdadeira (Apoc. 2: 9 e 3: 9), operando sinais e prodígios de mentira, em contraste com os milagres de Cristo (II Tess. 2: 9), ele se apresenta como anjo de luz, em imitação àquele que é a luz do mundo (II Cor. 11: 14; João 8: 12), ele tem anjos ao seu serviço, assim como Cristo (Mateus 26: 53; Apoc. 12: 3-4), o próprio anticristo se autoproclamará deus (II Tess. 2: 4), ele tem seus mártires, que se dispõem a morrer em sua causa, imitando os eleitos, que morrem por seu testemunho (Apoc. 12: 11, Hebreus 11: 32-40), ele tem e ensina doutrina de demônios (I Timóteo 4: 1; João 7: 16) para confundir as doutrinas de Deus. Ele imita todas as coisas importantes, Deus (Satanás), Cristo (anticristo), o Espírito Santo (falso profeta), Sua Palavra, Seus apóstolos, Seus ministros e Sua igreja.

Como devemos agir com relação ao diabo?

1- Sem temor algum! O evangelho é a nossa segurança. II Timóteo 1: 7; Filipenses 1: 28; I João 3: 8; II Coríntios 10: 4.

2- Com vigilância! I Pedro 5: 9

3- Com sabedoria! Não devemos ignorar (voluntariamente) seus ardis (II Coríntios 2: 11). Não lhe dar lugar ou enfrentá-lo com nossas próprias armas.

4- Enfrentá-lo com toda a armadura de Deus (Efésios 6: 13-20), pois sem ela não podemos resisti-lo ou enfrentá-lo. Essa armadura se trata do verdadeiro evangelho.

5- Lembrar que Cristo já triunfou sobre o império de satanás. Hebreus 2: 14- 15; Col. 2: 15. Cristo já o derrotou com o Santo Evangelho.

Nossa vitória já é certa (Lucas 11: 21-23). O homem forte armado, satanás, que guardava este mundo, ao se assenhorear dele desde a queda de Adão, foi desarmado, pois a sua única arma é o pecado. Cristo o venceu, tomou suas armas, o depôs de seu trono e saqueou seus bens (almas dos homens) ao morrer na Cruz e resgatá-los dos seus pecados e da escravidão em que se encontravam.

A Derrota de Satanás e o Triunfo de Cristo

Apocalipse 12: 1-17 e 5: 1-14 – A Derrota de satanás e o Triunfo de Cristo. Uma forma condensada do livro de Apocalipse.

Um sinal no céu – nos mostra que o conteúdo é simbólico. Há aqui três quadros simbólicos, que representam coisas reais.

1 E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça. 2 E estava grávida, e com dores de parto, e gritava com ânsias de dar à luz.

1- A Mulher - Esta mulher representa a nação de Israel (esposa de Jeová). Não é a igreja, pois ela não gerou a Cristo, também não é Maria, pois as coisas que são relatadas aqui não ocorreram com ela, são futuras, ela não fugiu para o deserto por três anos e meio nem foi tragada por um dilúvio de águas. Os judeus não estarão pregando o evangelho, mas os judeus ímpios serão mortos, enquanto um remanescente (144mil) será protegido e escondido por Deus.

2- O Filho - Quando nasce o seu filho (cap. 12 v.5, cap. 5), ele é arrebatado, sendo destinado a reger o mundo. Jesus Cristo!

3- O Dragão – (v.3, 9) um imitador de Deus, que caiu juntamente com um terço dos anjos. Satanás e sua tentativa de destruir a Cristo desde o seu nascimento (Antecipação e Oposição). Verso 15, ele tentará matar os judeus, mas não conseguirá, então sairá com grande ira a perseguir o remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo, ou seja, sua igreja.

A partir do verso 7 até ao 11 vemos a vitória de Cristo. Satanás perde toda a sua base legal de acusar os filhos de Deus (Romanos 8, Lucas 10: 18). Cristo compareceu ao céu e apresentou as evidências físicas de sua interseção pelos pecadores.

A grande ira do diabo (v.12 ao 17) por ser legalmente vencido, então passa a impedir e atrapalhar o trabalho dos salvos (evangelismo). Cristo, pela morte, venceu satanás, pagando o preço requerido pela justiça de Deus.

Há séculos que Israel estava esperando um Libertador, o seu Messias, que sem nenhuma dúvida é o Senhor Jesus Cristo. Jesus foi prometido desde o dia que Adão e Eva caíram em desgraça, trazendo a toda humanidade a pior doença do universo, que é o pecado. Jesus é a semente da mulher no capítulo três de Gênesis.

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênesis 3:15).

Durante séculos esta promessa foi repetida pelos antigos profetas. Também os sacrifícios de animais indicavam que um dia o Messias seria sacrificado para pagar o pecado do homem.

Jesus nasceu neste mundo através desta mulher, ou seja, através da nação de Israel. Israel é esta mulher do capítulo 12 de Apocalipse.

João continuou olhando em sua visão, e eis que ele contemplou um grande dragão vermelho. Este dragão tinha sete cabeças e dez chifres. Sobre as suas cabeças sete diademas, ou coroas.

É importante saber que diadema significa coroa. Coroa é o símbolo de poder e autoridade do rei. Então, o dragão mencionado neste capítulo, terá autoridade e muito poder quando estiver reinando aqui na terra.

Este dragão é o Diabo que vai governar o mundo mediante o Anticristo. É bom lembrar também, que dragão com sete cabeças não existe, nunca existiu, e nunca existirá. É somente uma lenda inventada pelos homens. Na mitologia antiga, o dragão era a fera mais temível que existia na imaginação dos homens.

Deus usa este bicho imaginário para demonstrar o quão terrível é o Diabo. O Diabo é feio em seu caráter. Ele é maligno e perverso em sua natureza depravada.

No versículo quatro temos um pequeno relato do que aconteceu com Lúcifer, provavelmente antes da criação do homem e dos animais. Diz que o dragão levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra. Este acontecimento se deu na rebelião que houve no céu em tempos remotos, muito antes que o homem fosse criado. Estrelas referidas no versículo quatro são os anjos que se uniram ao Lúcifer ou Satanás para lutar contra Deus. Estes anjos caídos de sua posição original, em outras partes da Bíblia, são chamados de demônios ou espíritos imundos.

O apóstolo Pedro diz que o Diabo é o nosso adversário, e que ele anda bramando como leão em torno de nós para nos tragar, I Pedro 5:8. Ele e uma grande parte dos anjos caídos têm a terra como seu principal alvo de ataque contra a principal e mais nobre criação de Deus, que é o homem. No livro de Jó Satanás disse a Deus que estava passeando e rodeando a terra, Jó 1:7 e 2:2.

Este dragão estava esperando que a mulher desse à luz ao filho, para que pudesse matá-lo. Satanás sabia de toda a profecia divina. Ele conhecia o plano de Deus. Porém, ele era contra o divino plano do Todo-Poderoso, pois neste plano, além da salvação do homem, estava incluída a destruição do Diabo e de todo o seu reino. Por isso, tão logo Jesus nasceu, o Diabo tentou acabar com o Messias, por meio de Herodes. Veja Mateus 2:16.

No versículo cinco temos a informação de que a mulher deu à luz a um filho homem que há de reger todas as nações com vara de ferro. Este mesmo filho foi arrebatado para Deus e seu trono.

Não há a menor dúvida de que este filho é o Senhor Jesus Cristo. Ele vai reinar sobre todas as nações da terra quando voltar a este mundo. Temos esta confirmação em várias passagens da Bíblia. Jeremias 23:5; Lucas 1:33. Foi o mesmo Jesus que retornou ao céu, junto ao Pai, e está assentado em seu trono. Veja Hebreus 12:2.

No versículo seis diz que a mulher, ou seja, Israel fugiu para o deserto para que fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. Estes dias significam três anos e meio. Então Israel será protegida por Deus durante estes três anos e meio.

Vimos que a mulher descrita no capítulo doze é a própria nação de Israel. Ela estava grávida e sofria para dar à luz um filho homem, Apocalipse 12:2.

Também João viu um dragão vermelho que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre a cabeça dez diademas, ou seja, coroas. Quem usa coroa tem autoridade e poder. Então este dragão estava revestido de poder e autoridade, Apocalipse 12:3.

Notamos que este dragão é o próprio arquiinimigo de Deus, Satanás ou o Diabo, que desde os tempos remotos tem lutado para ser o senhor do universo. Este adversário de Deus conseguiu penetrar sorrateiramente no jardim do Éden, onde se encontrava a obra prima-prima de Deus, o homem e sua esposa, e ludibriou o casou, roubando assim o domínio deste planeta. Veja o que Satanás disse a Jesus Cristo em Lucas 4:6.

Entendemos que Satanás trouxe uma terça parte das estrelas do céu. Estrelas referidas aqui quer dizer anjos. Então 33% das criaturas angélicas foram lançadas na terra com a queda de Lúcifer. Lúcifer é o nome original de Satanás antes da sua queda.

Vimos que a mulher deu à luz um filho homem que há de reger todas as nações, versículo 5. Este filho é Jesus Cristo. Pois Jesus foi arrebatado para Deus e seu trono quando foi morto pelos nossos pecados.

No final dos tempos vai haver uma perseguição implacável da parte de Satanás contra a mulher. Esta mulher que é a nação judaica vai ser protegida por três anos e meio. Mil duzentos e sessenta dias são os mesmos três anos e meio, versículo 6.

João viu uma guerra travada no céu. O dragão e a terça parte das estrelas, ou seja, anjos que seguiram Satanás em sua rebelião contra Deus, batalhavam contra o arcanjo Miguel e seus anjos, versículo 7.

No versículo oito é dito que o dragão e seus anjos foram definitivamente expulsos dos céus. Note que a palavra céu está no plural. É bem provável que Lúcifer era responsável por uma imensa região do universo.

A queda do dragão foi estrondosa. Ele foi expulso juntamente com todos os anjos que lhe seguiram, versículo 9. Jesus disse que a queda de Satanás do céu foi como um raio, Lucas 10:18.

João ouviu uma grande voz no céu, sem dúvida alguma de muitas criaturas angélicas, proclamando a vitória cabal de Cristo contra o poder satânico. Será o fim de Satanás e de todas as suas hostes malignas! Finalmente o reino eterno de Deus será estabelecido para todo o sempre, e as forças do mal serão extintas, versículo 10.

Uma retrospectiva da história é feita a partir do versículo 12. Expulso do céu, Satanás ficou furioso quando caiu na terra. O primeiro ataque desferido por Satanás na terra foi no jardim do Éden. Sua fúria não se desfez quando derrubou Adão e Eva. Ele continuou desferindo os seus golpes devastadores contra a humanidade. Ele está furioso principalmente contra os que servem a Deus. Adão e Eva não foram as suas únicas vítimas, mas os demais homens também foram atacados por este terrível agente do mal.

1. Depois de Adão e Eva, Caim foi manipulado pelo Diabo para odiar e matar Abel, Gênesis 4:8; I João 3:12.

2. Em seguida, sua vítima foi contra Lameque, Gênesis 4:23-23.

3. Nos dias de Noé, uma geração inteira foi atacada pelo inimigo, causando grande desgosto a Deus, o que levou a consumir os habitantes da terra através do dilúvio, Gênesis 6:1-13.

4. Tão logo terminou o dilúvio, o próprio Noé foi usado pelo adversário, quando ficou completamente nu em sua tenda, provocando um grave erro em Cão, seu filho menor, quando com deleite contemplou sua nudez, Gênesis 9:20-25.

5. Abraão e Sara foram enganados quando não creram nas promessas de Deus, de que seriam pais na velhice. Sara entregou a Abraão Agar, sua empregada, para que por meio dela, seu marido lhe pudesse dar um filho, Gênesis 16:1-4. Este procedimento de Sara causou muitos problemas para a família, Gênesis 16:4-9.

6. O inimigo continua fazendo suas vítimas nas gerações seguintes. Ele esteve no meio dos israelitas, quando estes ao sair do Egito, procuraram substituir Deus por um simples bezerro de ouro, Êxodo 32:4-20; Salmo 106:19.

7. Moisés não foi salvo do ataque do inimigo. Ele desobedeceu a Deus quando recebeu a ordenança para falar à rocha e bateu nela, Números 20:8-12; Deuteronômio 32:48-52.

8. Satanás provocou uma desastrosa derrota aos israelitas, quando por ocasião da tomada da famosa cidade de Jericó. Veja Josué 7:1-24 e Josué 22:20.

9. Nos dias dos Juízes, o maligno seduziu Sansão, usando a voluptuosa Dalila para lhe dar prazer, causando assim a sua própria morte, Juízes 16:4-31.

10. O rei Davi, a figura mais brilhante na história política de Israel, também sucumbiu diante da astúcia do Diabo, II Samuel 11:2-17; 12:9-12.

Falta espaço neste estudo para citar todas as atividades do inimigo, usando os mais brilhantes homens e mulheres para se vingar do Deus Todo-Poderoso. Salomão e muitos reis ao decorrer da história de Israel foram vítimas deste monstro do mal.

Porém, ele se sentiu frustrado quando tentou derrubar Jesus Cristo, o Filho do Deus altíssimo. Pela primeira vez ele não conseguiu consumar seu plano. Satanás tentou o Senhor Cristo no deserto, no pináculo do templo e no alto do monte, mas o Senhor Jesus resistiu todas as suas tentações. Veja Mateus 4:1-11; Lucas 4:1-13.

Jesus é o único que venceu as investidas deste anjo maquiavélico. Mas engana-se quem pensa que o Senhor Jesus sofreu estas tentações somente no início de seu ministério. Durante a vida terrena que Jesus viveu, ele foi tentado pelas forças malignas. Ele mesmo disse que seus discípulos tinham permanecido com ele em suas tentações, Lucas 22:28.

Também o autor da carta aos Hebreus disse que Jesus foi tentado em tudo, mas não caiu no pecados, Hebreus 4:15.

Por isso grande regozijo João viu no céu, pois a derrota de Satanás foi declarada pela vitória de Cristo ao morrer na cruz, Apocalipse 12:10.

Mas enquanto ele não for preso, a terra é advertida a se resguardar dos seus ataques, versículo 12. Ainda a mulher que é a nação de Israel será a sua principal vítima, versículo 13. Mas no final dos tempos, a mulher será milagrosamente protegida por um tempo, e tempos, e metade de um tempo (três anos e meio), fora do alcance de Satanás, versículo 14.

A serpente (Satanás) lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio (Talvez um grande exército em seu encalço), para que pela corrente a fizesse arrebatar, versículo 15. Às vezes muitas águas simbolizam na Bíblia multidões de pessoas. Veja Isaías 8:7; Jeremias 46:7-8; Apocalipse 17:15.

Contudo, mais uma vez, Deus protegeu a nação de Israel, destruindo o exército que o dragão mandara perseguir Israel, versículo 16.

E vendo que não podia acabar com Israel, o dragão ficou furioso, e foi fazer guerra ao remanescente da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo. Estes que guardam os mandamento de Deus, sem nenhuma dúvida é a Igreja de Jesus. A ela foi incumbida pregar o Evangelho a todas as nações. Veja Mateus 28:18-20.

A esta mesma Igreja Jesus disse que seria a sua testemunha a todos os povos da terra, Atos 1:8.

Apocalipse 5 – O dia em que Cristo ascendeu aos céus e se assentou a destra do trono de Deus.

Cristo abre o livro, o grande drama da redenção que culmina com o juízo final. Cristo é o único que pode abrir o livro e tudo gira em torno de sua obra redentora, derrotando satanás e resgatando os eleitos de Deus.

Cristo adorado e coroado rei do universo por todo universo pelos quatro seres, vinte quatro anciãos e pelos anjos.

Romanos 8: 37-39 Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.